Uma nova empresa aérea poderá, em breve, trazer aeronaves elétricas para as principais viagens executivas. A Zunum Aero acaba de revelar planos para desenvolver uma série de aeronaves elétricas e híbridas que poderiam trazer simplicidade e eficiência para as companhias aéreas e aos passageiros.
O conceito da Zunum é desenvolver uma série de aeronaves que possam utilizar uma variedade de fontes elétricas, reduzindo significativamente o custo das viagens aéreas e a pegada de carbono (a empresa alega que 40% de toda a poluição, é proveniente de companhias aéreas regionais).
Com o investimento da Boeing e da JetBlue Technology Ventures, anunciado recentemente pelo fundador e CEO da Zunum Aero, Ashish Kumar, a startup planeja iniciar esse processo com aeronaves menores de dez passageiros e, em seguida, ampliar as células conforme a tecnologia melhorar.
A JetBlue Technology Ventures é um fundo de capital de risco da JetBlue Airways, uma companhia aérea de baixo custo americana. Baseado em Silicon Valley, o fundo investe em startups que podem melhorar a experiência de viagem, incluindo sistemas regionais de transporte, operações e manutenção futuras, gerenciamento de receita e engajamento de clientes.
“Na JetBlue Technology Ventures o objetivo é fazer parte de uma força disruptiva e buscamos novas tecnologias que possam mudar o jogo”, disse Bonny Simi, presidente da JetBlue, em um comunicado. “Como uma empresa que também está profundamente comprometida com a inovação em viagens sustentáveis, acreditamos que a Zunum e sua aeronave silenciosa e ecológica iluminará uma vasta rede de aeroportos subutilizados e reinventará as viagens regionais.”
Em outro comunicado, o vice-presidente da Boeing HorizonX – novo braço de capital de risco da fabricante de aviões de Chicago –, Steve Nordlund, fez eco aos sentimentos de Simi, acrescentando que a tecnologia elétrica híbrida da Zunum estava liderando o segmento.
No ano passado, a equipe Solar Impulse se tornou a primeira a circunavegar o mundo, abastecida inteiramente por energia solar. A NASA e a Airbus também desenvolveram conceitos de aeronave elétrica, embora cada uma só é capaz de transportar um ou dois passageiros.
Se for bem sucedida, a Zunum seria a primeira fabricante a fornecer um avião elétrico adequado para viagens de consumidores regionais, perturbando um espaço atualmente dominado pela Bombardier e pela Embraer. Aproveitando-se de aeroportos regionais menores, a companhia alega que economias adicionais podem ser acrescentadas à experiência do passageiro, empurrando para baixo o custo de voos regionais.
Ao longo do caminho a Zunum também terá seus concorrentes. No início deste ano, a Boom, que prometeu trazer as viagens supersônicas de volta para o mercado de consumo, arrecadou mais de US $ 30 milhões para levar seus aviões ao mercado. A Virgin, do milionário Richard Branson, será o primeiro cliente do lançamento daquela célula. (saiba mais)
Apesar dos desafios que estão por vir, a Zunum parece ter atraído uma série sólida de investidores e está entrando no mercado em um ponto em que os veículos elétricos estão realmente ganhando força. Como o valor de Tesla agora ultrapassa o da Ford, a Zunum pode, algum dia, ultrapassar a Boeing.
A aeronave regional proposta pela Zunum teria de 10 a 50 passageiros com uma autonomia de até 1.000 milhas (aproximadamente 1.600 km). De acordo com Kumar – cujo currículo inclui períodos de liderança na Dell, Google e McKinsey e um PhD em mecânica e engenharia aeroespacial – o sistema de propulsão elétrica é um híbrido de série, com baterias conduzindo propulsores carenados e um gerador de extensão de alcance. Isso requer que a aeronave funcione principalmente com energia de bateria com um gerador de energia elétrica de aviação ou turbina de extensão, se necessário.
Como a aeronave não deve voar até a próxima década e terá uma vida útil de aproximadamente 20 anos, a Zunum está projetando seus aviões para serem “à prova de futuro” – o que significa que a aeronave será projetada de forma a permitir que possa adotar novas tecnologias. Por exemplo, a aeronave inicialmente terá propulsão híbrida projetada para ter emissões 80% menores do que aeronaves tradicionais. Mas com os avanços na tecnologia de bateria, o motor de combustão interna de extensão pode ser substituído por uma bateria extra, reduzindo assim as emissões para zero, disse Kumar.
Além disso, a tecnologia de propulsão Zunum espera reduzir as emissões de ruído da aeronave em 75%, importante para operações em aeroportos com restrições de ruído severo. Ele acredita que o jato elétrico ecológico da empresa também faz sentido econômico para as companhias aéreas e seus passageiros.
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