25 de dezembro de 2024

Ter ou usar? As vantagens do carro por assinatura

carro por assinatura

Soluções para a mobilidade urbana têm sido cada vez mais discutidas por diversos setores, que buscam maneiras de facilitar o deslocamento pelas grandes cidades. Segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o brasileiro gasta, em média, 40 dias no trânsito para se deslocar em atividades como trabalho, consultas médicas, estudos e lazer.

O número demonstra que é necessário se pensar em alternativas que melhorem a qualidade do deslocamento, impactando, assim, em uma melhor qualidade de vida. Uma dessas opções, que cresceu consideravelmente nos últimos anos é a de locação e compartilhamento de veículos. Em todo o mundo, mais de sete milhões de pessoas usam algum tipo de compartilhamento, segundo dados da consultoria Frost & Sullivan. Até 2025, espera-se que esse número suba para 25 milhões.

Nas grandes cidades, cada vez mais deslocamentos são feitos por táxis e por aplicativos de transporte, aumentando o número de veículos na garagem. E, quando surge a necessidade de se ter um carro disponível para algumas atividades, mais de 80 mil pessoas escolhem alugar um por assinatura, prática que representa 8% do mercado de locação de veículos, segundo o levantamento da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), realizado em 2021. 


“Se anos atrás, o sonho de todo jovem era ter um carro, hoje a realidade é outra. Essa mudança no perfil do consumo é uma tendência e faz com que inovar não seja mais uma escolha”


O carro por assinatura vem ganhando mais espaço. De acordo com a última pesquisa realizada pela Similarweb, a busca por esse serviço cresceu 56,5% no início de 2021. A tendência é de que, cada vez mais pessoas conheçam e prefiram o sistema em vez da compra tradicional. “A principal explicação para essa adesão é a economia de 25% a 35% gerada pela assinatura de um veículo, na comparação com a compra de um carro zero quilômetro”, avalia Rodrigo Gontijo, head comercial da Líder Drive, empresa que atua no setor.

O avanço da modalidade é reflexo da crise que atingiu o mercado automotivo em 2020, com a pandemia de covid-19. A compra de veículos saídos direto da fábrica foi 26% menor que no ano anterior, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Uma queda justificada pela alta nos preços dos carros novos. Se há alguns anos era comum encontrar o valor de entrada por volta de R$ 30 mil, hoje os modelos mais acessíveis, com motor 1.0 e sem acessórios, não saem da concessionária por menos de R$ 50 mil, muitos chegando perto de R$ 100 mil.


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Na opinião do head comercial da Líder Drive, o cenário criado pela pandemia causou uma ruptura no mercado, e faz com que a assinatura de carros seja um dos mercados mais crescentes e promissores para os próximos anos. “Ocorreu uma mudança no mindset da população, que percebeu não ser fundamental ter um veículo próprio, mas sim, concentrar-se na necessidade ou não do seu uso e na economia gerada. Essa virada de chave ajudou a trazer mais volume para o segmento de assinatura”, analisa Gontijo.

Foco na experiência 

Muitos consumidores têm estabelecido outra relação com o carro sem envolver a compra. De acordo com Marcos Pavesi, head comercial da DealerSites, startup que atua na digitalização do mercado automotivo, em todo o processo, é preciso proporcionar uma experiência segura, atrativa e persuasiva, que mostre como os produtos podem se encaixar às necessidades de cada consumidor. “A experiência do usuário já se tornou fator imprescindível dentro de lojas virtuais. Por isso, otimizar o site de uma empresa de assinatura de veículos significa mais chances de conversão de visitantes em assinantes”, explica Pavesi.

Em busca dessa agilidade e facilidade, o perfil do consumidor dos serviços de assinatura se encaixa naquele que deseja andar de carro novo ao mesmo tempo que quer evitar a burocracia que envolve uma negociação, filas de espera em concessionárias e custos com licenciamento, IPVA, manutenção e depreciação do patrimônio. As principais diferenças em relação ao aluguel tradicional são: o carro será sempre zero quilômetro, e há um contrato com prazo de entrega pré-definido e com a definição de um valor fixo mensal que será pago pelo cliente, assim como uma franquia de quilometragem máxima. “Ao motorista, cabe apenas  abastecer o veículo e quitar eventuais multas. No final do período, o cliente pode simplesmente devolver o carro ou renovar o acordo, trocando-o por outro”, explica Rodrigo Gontijo.

É uma solução de mobilidade que viu, nos últimos tempos, a procura e a oferta crescerem de modo significativo. Hoje, várias marcas e empresas de aluguel oferecem planos com foco na valorização da experiência. E, recentemente, fábricas de automóveis também passaram a oferecer essa opção, entre elas estão a Fiat, Ford, Jeep, Mitsubishi, Toyota, VW e até a Audi. “Se anos atrás, o sonho de todo jovem era ter um carro, hoje a realidade é outra. Essa mudança no perfil do consumo é uma tendência e faz com que inovar não seja mais uma escolha”, avalia Pavesi.