Hong Kong foi considerada a melhor cidade do mundo para transporte público, de acordo com um novo estudo da consultoria Oliver Wyman e da Universidade da Califórnia, em Berkeley. A rede de transporte da cidade é elogiada não apenas por ser acessível, mas também por ter uma alta densidade de estações e boa infraestrutura ferroviária. No entanto, ainda há espaço para melhorias, de acordo com os pesquisadores, que sugerem que poderia usar um aplicativo de celular para ajudar os viajantes a navegar melhor pela cidade.
A maioria das redes de transporte público mais bem avaliadas do mundo está na Europa. Zurique vem em segundo lugar, seguida por Estocolmo (3º), Helsinque (5º), Oslo (6º), Paris (8º), Berlim (9º) e Londres (10º). No extremo oposto do espectro estão Riad (57º), Nairóbi (59º) e Jeddah (60º).
A força do sistema de transporte público de uma cidade afeta principalmente o estilo de vida dos moradores da cidade. Como explica o relatório: “um sistema administrado com eficiência pode não apenas encorajar trabalhadores e turistas a viajar pelas cidades, mas também fornecer oportunidades de acesso mais iguais a modos de mobilidade adicionais, empregos, centros comerciais e muito mais”.
A pandemia gerou uma grande mudança para muitas pessoas que começaram a trabalhar em casa, não se deslocando mais com tanta frequência. Os autores do relatório alertam que, se os sistemas de trânsito não conseguirem recuperar alguns desses passageiros, as comunidades correm o risco de perder empregos para operá-los, o que pode levar a mais viagens privadas, aumento do congestionamento e mortes nas estradas, além de agravar a poluição sonora, luminosa e atmosférica.
O estudo analisou sistemas de transporte público em 60 grandes cidades ao redor do mundo, classificando-os com base em sua infraestrutura, impacto social, atratividade de mercado, eficiência do sistema e inovação da rede. O subíndice de transporte público contribui para o índice geral de prontidão de mobilidade urbana 2022 do estudo.
América Latina
A primeira metrópole latino-americana a aparecer entre as 60 maiores cidades é Santiago do Chile, que ocupa a 39º colocação. Buenos Aires em 41º lugar, São Paulo em 43º e a cidade do México em 45º vêm a seguir. As cidades do Rio de Janeiro (48º), Bogotá (53º), Lima (56º) e Quito (57º) completam a lista das metrópoles latinas.
De acordo com o estudo, as cidades da América Latina ainda estão em desenvolvimento, com baixa maturidade em relação à mobilidade urbana, com pontuações abaixo da média global de 54%. As cidades na região oferecem tarifas relativamente acessíveis, redes de transporte público multimodais que permitem um número relativamente alto de passageiros, mas o trânsito, a velocidade de deslocamento e acessibilidade precisam ser melhoradas para que as cidades consigam melhores pontuações.
O estudo também revela que a baixa renda da população é um dos maiores desafios para tornar o transporte público mais acessível e destaca que o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do Rio de Janeiro contribuiu para uma melhor classificação da cidade neste quesito.
No que diz respeito à mobilidade sustentável, algumas cidades latino-americanas, como Bogotá, possuem diversas áreas livres de veículos e baixo índice de posse de automóveis, enquanto que os deslocamentos à pé são relativamente altos.
Na região, a infraestrutura de recarregamento de elétricos ainda é incipiente e a participação de mercado dos veículos elétricos atualmente baixa, cidades latino-americanas estão, paulatinamente, aumentando os investimentos na cobrança de infraestrutura e incentivos ao consumidor. No Cidade do México, por exemplo, incentivos governamentais como isenção de impostos locais e não restrição nos deslocamentos – veículos elétricos e híbridos podem circular diariamente sem limitação – tiveram um impacto positivo com um aumento na adoção de VE.
Com menos investimentos em pesquisas e desenvolvimento a região tem inovação limitada, particularmente em veículos conectados, tecnologias e disponibilidade de recursos a serviços totalmente automatizados.
São Paulo
O relatório aponta que São Paulo está ligada por uma forte rede multimodal, incluindo hubs conectando ônibus, metrô e trem. Apesar da implantação de ciclovias, a adoção de bicicletas na cidade permanece limitado. O relatório ressalta que a região metropolitana é pobre em conexões ferroviárias para o resto do Brasil e que as tarifas são altas em relação à renda local, colocando o transporte público fora do alcance de moradores mais pobres de São Paulo.
Rio de Janeiro
Segundo o relatório, a cidade do Rio de Janeiro oferece transporte público diversificado que inclui balsas, metrô, trens urbanos, ônibus urbanos e micro ônibus além de possuir estações acessíveis a uma curta caminhada para os residentes. A mobilidade tem sido o foco da recentes esforços de planejamento da cidade. O Plano de Mobilidade Urbana, por exemplo, é creditado por ter estendido o alcance de transporte público para mais residentes de baixa renda.
Aeroportos do Rio de Janeiro ficam atrás de São Paulo em ligações internacionais e em volume de passageiros. A cidade, assim como todo o país, sofre com uma cadeia de suprimentos ineficiente e infraestrutura e vias de má qualidade.
Fonte: Fórum Econômico Mundial