25 de novembro de 2024

Ano novo, trânsito velho

Cláudio José de Andrade
Cláudio José de Andrade (*)

Com o término das férias é inevitável que haja o aumento da circulação de carros nas grandes cidades nos horários de pico (muitas vezes, até fora dele). E se no caminho há um acidente, ou começa a chover, se há greve no transporte público, entre outros imprevistos, os congestionamentos triplicam.

Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), a frota de veículos na cidade de São Paulo, constituída por ônibus, automóveis, motos, caminhões, entre outros tipos, alcançou em setembro de 2017 a marca de 8.550.441 veículos. Em 2008, no mesmo mês, o Detran-SP registrou 6.270.051 veículos. Portanto, em nove anos, o número de automóveis na cidade de São Paulo cresceu perto de 35%. E é importante dizer, que todos os meses o Detran registra emplacamentos de veículos novos.

A pesquisa sobre Mobilidade Urbana realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência, divulgada no mês de setembro de 2017, também constatou a piora do trânsito na cidade de São Paulo. Nesse quesito, a avaliação da situação do trânsito na cidade, caiu de 3,2 para 2,7 (em uma escala de 1 a 10) em relação ao ano anterior. Foram entrevistados 1.603 moradores da cidade de São Paulo.

Com o crescimento da frota de veículos ano a ano, iniciativas como o rodízio municipal de veículos e o programa “Sexta sem Carro”, da Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT), não conseguiram diminuir o número de veículos transitando na cidade de São Paulo, a ponto de fazer do trânsito um ambiente menos ‘selvagem’. Vale lembrar, que a cidade de São Paulo é o principal polo econômico do país, por onde passam viajantes de todos os lugares e de vários modos.

Dessa maneira, para amenizar o impacto da imensa demanda de pessoas que a cidade atrai, torna-se cada vez mais imprescindível desenvolver políticas para regulamentar o trânsito e o transporte.

Uma das melhores soluções para diminuir o trânsito nas grandes metrópoles é o transporte por fretamento. Os próprios usuários que contratam esse serviço também avaliam dessa forma. Essa modalidade pode retirar de 20 a 40 carros particulares das vias para cada veículo fretado. Esse é um cálculo aproximado se, levarmos em conta que um ônibus fretado pode levar, em média, 40 pessoas sentadas, enquanto um carro, de 1 a 3 pessoas no mesmo veículo.

Todos têm a ganhar com o fretamento. A ida e volta do trabalho com essa modalidade de transporte acabam por estimular as pessoas a deixarem seus carros em casa, o que pode trazer benefícios à sociedade, como a diminuição da poluição, dos acidentes e do estresse ocasionado pelo trânsito. Além disso, o fretamento é condução única para o usuário que não precisa fazer baldeações ao longo do trajeto. Ele vai sentado, com o conforto de poder fazer outras atividades no percurso, como ler, ouvir música, acessar a internet e até tirar um cochilo.  O fretamento também oferece segurança ao usuário. Afinal, todos que estão dentro do veículo se conhecem e não há paradas durante o percurso para pegar pessoas que não estejam cadastradas. Portanto, com o fretamento, ganham o poder público e os usuários do transporte público que poderão ser melhor atendidos.

(*) Cláudio José de Andrade é advogado e presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (Sinfret)

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