Já foi entregue à empresa Piracicabana o primeiro Volare.e, um micro-ônibus com motorização 100% elétrica, para circular no transporte público da cidade de Santos, no litoral paulista, na linha 20, Centro-Gonzaga. Esse ônibus é resultado de uma parceria entre a chinesa BYD, uma das maiores empresas globais especializadas em energia limpa, e a encarroçadora gaúcha Volare.
O modelo tem 250 km de autonomia com uma carga total que pode ser feita em apenas três horas, e recebeu uma configuração das baterias e do powertrain em uma posição que proporciona maior eficiência, menores custos operacionais e redução do peso total, que é um dos principais desafios entre os veículos elétricos para o transporte de passageiros. Segundo informações da Volare, a equipe de engenharia focou em desenvolver o projeto de acordo com cálculos estruturais para que o powertrain BYD se ajustasse à carroceria, com as baterias no teto e na traseira.
De acordo com Adalberto Maluf, diretor de marketing, sustentabilidade e novos negócios da BYD no Brasil, o veículo entregue em Santos foi o primeiro, mas há a possibilidade de o operador vir a adquirir um lote maior para usar também em outras cidades e testar a viabilidade técnica e comercial desse ônibus.
O Volare.e tem chassi D7M e carroceria de nove metros de comprimento, piso baixo, suspensão pneumática, motores nas rodas traseiras e capacidade para cerca de 45 passageiros (20 sentados e 25 em pé). Recebeu dois motores BYD de 90 kW de potência e 450 Nm de torque máximo. Conta com sistema de regeneração da energia da frenagem, e tem e zero emissão de poluentes, o que o torna altamente indicado para uso nos centros urbanos.
“Além de todas as vantagens é um modelo bonito, está com um design legal, e não perdeu nenhum assento, ficou com o mesmo número de poltronas do Volare convencional”, comenta Maluf. Ele lembra que as primeiras gerações de ônibus elétricos perdiam assentos porque tinham a bateria dentro do carro. Hoje a bateria fica posicionada no teto e o design interno ficou mais favorável para o operador, que não quer perder espaço interno.
Este modelo usa a bateria de fosfato de ferro lítio que, na opinião de Maluf, é a grande revolução por ter bom custo-benefício, com alta densidade energética e maior segurança porque não pega fogo, não explode, o que a torna indicada para uso no transporte público.
TRANSPÚBLICO
Um exemplar desse novo veículo foi exposto na Transpúblico, feira de ônibus que aconteceu esta semana em São Paulo.
Além deste modelo, a BYD exibiu um dos 60 ônibus 100% elétricos recém-adquiridos pela empresa Ambiental Transportes Urbanos para integrar a frota da cidade de São Paulo. “Esse projeto é importante porque é o primeiro que inclui painel solar junto com ônibus elétrico. Será colocado na garagem da Ambiental um sistema de geração fotovoltaica, para abastecer 100% do consumo dos ônibus”, destaca Maluf. Cada veículo terá dez anos de garantia no sistema de tração elétrica. Poderá operar por até 15 anos, pelo contrato atual da SPTrans, e o sistema de energia solar vai gerar energia por 40 anos. “É uma solução que ficará para o futuro, vai além da concessão existente hoje”, observa o executivo. Campinas foi a primeira cidade a apostar na BYD, com a formação de uma frota de 12 ônibus elétricos; agora São Paulo e Santos abrem espaço para os veículos limpos.
“O debate sobre mobilidade urbana e transporte público entrou de vez na agenda de prioridades da população e dos governantes. Nossos ônibus elétricos não poluem, têm zero emissão de gases, o que contribui consideravelmente para a saúde da população, além de serem muito confortáveis para o usuário. Por terem baixo custo de manutenção, por terem fonte de energia renovável e serem muito mais econômicos do que os que usam combustível fóssil, os veículos elétricos são a solução de melhor custo-benefício para o transporte público”, afirma Vagner Rigon, vice-presidente comercial da BYD do Brasil.
Mercado
Segundo Adalberto Maluf, a performance da BYD no mercado nacional mostra que “a conta está fechando”. “Já temos o urbano e o articulado. Em 2018 vamos lançar o primeiro chassi articulado com carroceria nacional, tanto Marcopolo quanto Caio, e agora em outubro a Marcopolo entrega a primeira carroceria de urbano feita aqui com ela”, relata.
Em novembro, a BYD deverá inaugurar sua fábrica de baterias em Manaus, o que pode torná-la ainda mais competitiva em relação a preço de baterias.
VOLARE
Além do Volare.e desenvolvido com a BYD, a Volare aproveitou sua primeira participação em uma edição da Transpúblico para expôr seus veículos focados no transporte coletivo urbano, com destaque para o W9 SPTrans e o Volare Access.
Para atender às normas da SPTrans, a Volare desenvolveu o W9 Padrão SPTrans para atender ao transporte na região urbana da Grande São Paulo. O ônibus tem 8,9 metros de comprimento, motorização Cummins ISF 3.8 (162 cv de potência) e capacidade para transportar 25 passageiros sentados e 13 em pé, além do motorista. É equipado com tomadas para carregamento de equipamentos eletrônicos com entrada USB, ar-condicionado e vidros colados.
Já o Volare Access é um miniônibus projetado com foco em oferecer total acessibilidade, com conforto e segurança para até 26 passageiros (de acordo com a configuração e versão definida), proporciona mais espaço interno e área exclusiva (box) para cadeirantes, além de uma ampla visão panorâmica graças à sua maior área envidraçada.
A suspensão ‘Full Air’ pneumática, o sistema de rebaixamento total e a rampa de acesso tornam mais ágil e seguro o embarque e o desembarque de crianças e de pessoas com necessidades especiais. É equipado com motorização traseira Cummins ISF 3.8, com 162 cv de potência e torque de 600 Nm a 1.500 rpm e direção hidráulica. O veículo possui também opção de câmbio manual e automático.
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