A Volvo anunciou novos investimentos da ordem de um bilhão de reais na operação brasileira do grupo, a serem aplicados entre 2020 e 2023. Os recursos serão direcionados, principalmente, para melhorias na linha de produção de caminhões da montadora para consolidar o conceito de indústria 4.0 e em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços. Segundo Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, a empresa fará atualizações tecnológicas para a entrada da motorização Euro 6 – cujo início está previsto para 2023 – e para alcançar novos patamares na busca por redução do consumo de combustível de seus veículos. Serão beneficiados todos os produtos da Volvo: caminhões, ônibus, equipamentos de construção e motores marítimos e industriais. Entre 2017 e 2023, os investimentos anunciados da Volvo no Brasil somam R$ 2,25 bilhões.
De acordo com o executivo, a Volvo precisa antecipar a tecnologia do Euro 6 também para atender à demanda de outros países para onde exporta e isso inclui desenvolver fornecedores locais. No ano passado, a Volvo já produziu um primeiro veículo Euro 6, em sua fábrica de Curitiba (PR) para dar início ao processo. O primogênito foi um ônibus que deverá ser enviado para o exterior.
No ano passado, a Volvo teve seu melhor resultado histórico de vendas de caminhões pesados no país, com o emplacamento de 14.505 unidades, um aumento de 58% sobre o registrado em 2018. No segmento de semipesados, as entregas somaram 2.339 caminhões, uma alta de 55,5%.
O modelo mais vendido no ano passado foi o pesado FH 540 6×4, com 7.135 emplacamentos no mercado nacional, e 7.271 unidades na América Latina. De acordo com Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo, essa versão se destaca pela tecnologia embarcada, segurança, alta disponibilidade e por ter alto valor de revenda, o que faz diferença para os clientes. “Na linha 2020 introduzimos novas tecnologias que deixaram a linha FH até 10% mais econômica, fato comprovado pelos clientes e em testes de imprensa. Tudo isso fez o FH 540 6×4 fechar o ano com mais de 2.300 unidades à frente do segundo colocado, que é um caminhão do segmento de médios. Ou seja: é um líder absoluto e isolado em pesados”, afirma.
Segundo Cavalcanti, a Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas) realizada no ano passado foi um “divisor de águas” para a montadora que fechou negócios da ordem de R$ 1 bilhão durante o evento.
A comercialização de seminovos também registrou aumento de 12% sobre o ano anterior, com a venda de 1.500 caminhões seminovos em 2019.
Caminhões vocacionais
Outro segmento que foi bastante positivo para a Volvo no ano passado foi no de modelos chamados vocacionais, adequados para os setores de cana-de-açúcar, madeira, mineração e construção. Eles representam 10% das vendas da montadora. Um dos negócios mais representativos nesse segmento foi a comercialização para a Suzano, um dos maiores produtores mundiais de celulose de eucalipto, de 19 unidades do FMX para tracionar hexatrens, composições com seis semirreboques, 52 metros e capacidade para transportar 200 toneladas de carga por viagem. Esses veículos, por essas características, só podem ser usados em estradas fechadas, dentro das fazendas de eucalipto do cliente.
No final do ano passado a Volvo fechou outro grande negócio com a Transben Transportes, de Brusque (SC), que adquiriu 320 novos caminhões da marca, sendo 250 FH e 70 VM. A Volvo passou a ter 80% de participação na frota da transportadora, especializada no segmento logístico.
A oferta de planos de manutenção alcançou 70% dos caminhões entregues pela Volvo em 2019.
Confiança para investir
“A recuperação gradativa da economia foi decisiva para o aumento das entregas e a retomada da liderança no segmento de caminhões pesados. O crescimento de 58% em 2019 nos dá a confiança para um novo ciclo de investimento para os próximos anos”, declara Wilson Lirmann. Com o desempenho de 2019, o Brasil passou a ser o segundo maior mercado de caminhões para a Volvo no mundo.
Em outros países da América Latina a montadora também registrou crescimento de vendas, como Peru (1.292 caminhões) e Chile (1.182 caminhões) e na Argentina, apesar da retração do mercado, a marca ganhou 5% de market share e emplacou 1.179 veículos. O Brasil representou 82% dos 20.665 veículos Volvo vendidos na América Latina em 2019.
Financiamento
O braço financeiro da montadora, a Volvo Financial Services, contribuiu para viabilizar os negócios da empresa e teve participação de 40% no total das vendas da marca. “Aumentamos em 80% os volumes de financiamentos no Brasil”, comenta Ruy Meirelles, presidente da Volvo Financial Services Brasil. Por produto, 81% dos caminhões da marca vendidos no Brasil tiveram financiamento da Volvo Financial Services, 13% dos ônibus e 6% dos equipamentos.
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