A indústria de implementos rodoviários entregou 21.492 reboques e semirreboques de janeiro a novembro de 2016, representando queda de 21% com relação ao mesmo período do ano passado, um novo recorde negativo para o setor. No mês de novembro foram entregues 1.402 produtos. De janeiro a novembro do ano passado foram emplacados no segmento 27.219 produtos.
No segmento de carrocerias sobre chassis (leves) a queda nos emplacamentos chegou a 35,39%. De janeiro a novembro de 2016 a indústria entregou 35.242 produtos enquanto que no mesmo período de 2015 o total vendido foi de 54.547 unidades.
No total, de janeiro a novembro de 2016, os emplacamentos de implementos rodoviários apresentaram retração de 30,61% ante o mesmo período de 2015. Em 11 meses a indústria entregou ao mercado 56.734 unidade, comparadas com 81.766 no ano passado.
“Sem uma alteração nas regras de financiamento para 2017 será muito difícil para a indústria aproveitar qualquer sinal de aquecimento da economia”, avalia Alcides Braga, presidente da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários).
Pelo modelo atual os empréstimos no Finame podem representar custo anual de até 18% porque o BNDES, mesmo emprestando para até 90% do bem, opera com duas faixas de juros: uma para até 50% e 60%, para grandes e PME-Pequenas e Médias Empresas respectivamente, e outra para a diferença até o teto. “É justamente essa diferença, que é calculada com base em vários índices, que acaba encarecendo a operação”, explica Braga.
O presidente da Anfir afirma que a adoção para o volume total do valor financiado na fórmula tradicional, isto é, TJLP (7,5%), mais spread bancário (2%) e a parte do agente financeiro (3%) seria um bom suporte para a indústria. “Isso totaliza taxa anual de 12% a 13% o que é perfeitamente viável”, afirma Braga. “Não queremos subsídio”, completa.
A Anfir entende que, mesmo com a adoção imediata de novas regras para financiamento de bens de capital, os resultados positivos demorariam a aparecer. “A venda de implementos rodoviários é uma operação que naturalmente demanda tempo. Por ser bem de capital o cliente precisa pesar com precisão a necessidade de realmente adquirir produtos novos”, explica Mario Rinaldi, diretor Executivo da Anfir.
Dessa forma, e considerando que o reaquecimento da economia tende a ser naturalmente lento, a entidade estima que a recuperação das perdas dos últimos dois anos (2015 e 2016) só deverá ter início a partir do final do primeiro semestre de 2017.
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