A Volvo está confiante em relação ao desempenho de mercado para caminhões e ônibus em 2018. A expectativa da montadora é de um crescimento superior a 30% no mercado de caminhões acima de 16 toneladas e de 10 a 15% no segmento de ônibus. “Vivemos momentos de otimismo”, atesta Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.
Entre os sustentáculos dessa previsão positiva, ele cita a inflação sob controle, os juros em queda, o agronegócio – que vislumbra uma safra próxima à do ano passado, que foi recorde –, a retomada da confiança e da atividade dos setores de indústria e serviços, e o aumento nos níveis de emprego, renda e consumo.
Além disso, as vendas para o exterior prometem bom desempenho este ano, em continuidade ao que se apresentou no ano passado quando as exportações deram à empresa uma posição recorde de market share. Em 2017 foram vendidos para o Chile 1.012 caminhões (13% de market share), para a Argentina 1.825 unidades (10%) e para o Peru 1.450 caminhões (26%). O volume comercializado na América Latina em 2017, de 10.336 caminhões, representou um crescimento de 20% sobre o ano anterior.
No mercado interno, a montadora encerrou 2017 já com saldo positivo, com o licenciamento de 5.953 caminhões, um crescimento de 6% sobre o ano anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No segmento de pesados, em que a Volvo é mais forte, houve um aumento de 18,9% sobre o ano anterior, para 5.044 unidades licenciadas. No segmento de caminhões pesados, a fabricante ficou, pela quarta vez consecutiva, à frente do mercado, com 26,9% de participação. Esse resultado foi impulsionado por seu modelo FH, que teve 4.505 veículos emplacados no ano passado, um crescimento de 27% sobre os licenciamentos do ano anterior, o que lhe rendeu o título de caminhão pesado mais vendido no país em 2017. “Isso mostra que o FH continua sendo o veículo mais procurado quando se busca alta tecnologia, disponibilidade, confiabilidade e baixo consumo de combustível”, diz Bernardo Fedalto, diretor comercial de caminhões da Volvo no Brasil.
A projeção de crescimento nos negócios e o aumento na produção de caminhões no complexo industrial da empresa em Curitiba (PR) já resultou na contratação de 100 funcionários terceirizados no final do ano passado e de 150 profissionais terceirizados no início deste ano, com a reabertura de um segundo turno na linha de produção.
Wilson Lirmann crê que o momento é de recuperação e que muitas questões pendentes deverão se concretizar este ano. Diante disso, reforça que a Volvo não deixou de inovar e manteve seu plano de investimentos de R$ 1 bilhão programado para aplicação entre 2017 e 2019. Como ações inovadoras, ele destaca o lançamento, no ano passado, do VM Autônomo, um caminhão autônomo para aplicação no transbordo de cana-de-açúcar, e a maior oferta de serviços de conectividade com novas tecnologias como o I-See, um dispositivo que usa a geolocalização para reconhecer a rodovia onde o caminhão está rodando e otimiza as trocas automáticas de marcha, e o Dynafleet, sistema de gestão de frota com monitoramento remoto em tempo real.
Ônibus
As exportações foram cruciais também para o bom desempenho no segmento de ônibus. No ano passado a empresa entregou 1.055 chassis, dos quais 791 foram exportados. As vendas para o exterior já representam 75% dos negócios de ônibus da Volvo, conforme informação de Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses Latin America. Ele destaca as vendas feitas para o Panamá e para a Guatemala, que renovaram suas frotas e ampliaram seus sistemas de transporte urbano de passageiros. A projeção do executivo é que as exportações cresçam de 10 a 15% em 2018.
O mercado interno de ônibus pesados somou 1.800 unidades em 2017, e para este ano a expectativa é de chegar a 2.200 chassis, sem considerar grandes projetos que ainda podem vir a se concretizar, como a licitação de São Paulo, por exemplo. No segmento de ônibus semipesados, o volume no ano passado foi de cerca de 4 mil unidades e a expectativa é atingir entre 2.200 e 2.500 veículos em 2018.
A participação da Volvo nesse total é de cerca de 10%, mas Todeschini projeta um crescimento de market share para algo em torno de 13% neste ano, considerando que deverá haver maior demanda por ônibus pesados, segmento em que a Volvo atua mais fortemente.
No ano passado, a Volvo apresentou ao mercado um novo chassi de ônibus urbano, o B250R, com maior índice de nacionalização e mais tecnologia embarcada que seu antecessor. “A primeira venda foi no Brasil, para Campinas (SP), e o veículo entrará em circulação em março” destaca Gilberto Vardanega, diretor comercial de ônibus da Volvo para o Brasil.
A montadora também evoluiu os serviços e lançou o Programa de Consultoria em consumo de combustível para operadores de ônibus da marca. Com base em dados de conectividade dos ônibus, monitorados em tempo real pela Volvo e suas concessionárias, o operador pode analisar o desempenho individual de cada veículo e de cada motorista, identificando e propondo ações de melhoria. No projeto-piloto, feito com a empresa Visate, de Caxias do Sul, houve redução de 7% em consumo de diesel. A expectativa é este ano ampliar o projeto para outros operadores de ônibus da marca.
No segmento de rodoviários, a Volvo lançou no ano passado o chassi na configuração 8×2 para carrocerias de 15 metros, adequados à mudança na legislação que permitiu um aumento de capacidade de passageiros.
Banco
A Volvo Financial Services (VFS), braço financeiro do grupo, prevê um aumento nos volumes de financiamentos, seguros e consórcios da marca em 2018, seguindo a projeção de crescimento nas vendas de caminhões e ônibus Volvo. No ano passado, o banco teve participação em torno de 45% de todas as vendas feitas pelo grupo Volvo nos segmentos de caminhões, ônibus e equipamentos de construção.
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