A Nissan informou nesta quarta-feira (29/05) que não se opõe à uma possível fusão da FCA-Renault . Porém, segundo o jornal Nikkei, citando uma fonte da Nissan, “muitos detalhes precisam ser trabalhados” antes que a montadora japonesa solidifique sua posição sobre o assunto.
“Primeiro quero ver as boas oportunidades que ela proporcionará [para a atual aliança]”, disse o presidente e CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, a repórteres no início do dia. “Então quero ver o impacto que isso terá e confirmar os benefícios da Nissan.”
A proposta de criar a terceira maior montadora do mundo levanta questões difíceis sobre como a Nissan se encaixaria nesta aliança. A montadora japonesa pode ter suas relações com a Renault abaladas com este possível acordo.
A aliança foi desestabilizada seis meses atrás com a prisão de Ghosn, seu arquiteto e presidente, por alegados crimes financeiros durante seu tempo como líder da montadora japonesa. Ghosn negou todas as acusações e está se preparando para o julgamento, que deve começar no próximo ano.
Especula-se que o conselho da Renault dê aprovação preliminar à proposta da FCA até a próxima semana. Apesar da proposta da FCA se relacionar diretamente ao grupo Renault, a empresa espera que tanto a Nissan como a Mitsubishi Motors façam parte do acordo.
“Acreditamos que os benefícios que resultariam de uma combinação do Groupe Renault e da FCA também se estenderiam aos parceiros da Alliance, Mitsubishi e Nissan”, informou a FCA em comunicado. “Estamos ansiosos para se envolver com eles em oportunidades ainda maiores e mutuamente benéficas”.
A possível fusão da FCA-Renault levanta a questão da capacidade das empresas de competir enquanto o setor enfrenta múltiplos desafios. Com as vendas caindo nos maiores mercados automotivos do mundo, as montadoras estão sendo pressionadas pela eletrificação e redução de emissões da frota, forçando-as a combinar esforços e investimentos. Há também a necessidade de altos investimentos em tecnologia, especialmente em automação e conectividade, para que não sejam deixadas para trás por novos players, como a Waymo, por exemplo.
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