Contra a corrente dos que dão como fato o ditado popular de que no Brasil o ano começa apenas depois do Carnaval, a Mercedes-Benz do Brasil registrou movimento atípico nas vendas do primeiro mês de 2018, dando continuidade à demanda positiva que a montadora atendeu em dezembro.
Entre janeiro e dezembro, a empresa comercializou mais de 6.200 veículos comerciais, sendo cerca de 3.985 ônibus, 1.073 caminhões e 1.154 comerciais leves. Isto considerando apenas os negócios fechados que receberam autorização dos clientes para divulgação porque, segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing e peças e serviços para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, as vendas realizadas foram ainda maiores. “Há muito tempo não tínhamos um janeiro como este”, comenta o executivo.
Esse cenário sinaliza uma projeção de crescimento do mercado em 2018 de até 15% para o segmento ônibus e de até 30% em caminhões, afirma o executivo. “Tudo indica que o mercado de caminhões deverá ficar entre 63 mil e 65 mil unidades: a taxa de juros ajuda, a Selic com previsão de queda ajuda, a inflação sob controle ajuda e a geração de carga ajuda. O que poderia atrapalhar essa projeção é a saúde de crédito dos transportadores porque o banco pode ter apetite ou não. Mas o que temos visto até agora, é que tudo está sob controle. O Banco Mercedes vem recebendo uma série de solicitações e de análises de crédito maiores que no ano passado. Temos novas modalidades de financiamento, o CDC ficou super atrativo, quase que com o mesmo custo do Finame, dependendo do porte da empresa, e o leasing operacional agora é uma verdade, pode ser acessado por qualquer um”, avalia Leoncini. O índice de inadimplência dos frotistas também vem caindo, segundo ele, desde o segundo semestre do ano passado.
“Achamos que para veículos comerciais será um ano bastante interessante. Se a economia continuar desse jeito, teremos vários desafios, mas diferentes do desafio do ano passado que era o de encontrar clientes. Este ano o desafio será de como atender os clientes”, diz Leoncini.
A expectativa é de que o movimento do mercado em 2018 seja puxado pelos ônibus escolares, porque há licitações que ainda podem acontecer, além dos rodoviários e urbanos.
Caminhões
No segmento de caminhões, a motivação vem do movimento de renovação de frota em áreas como as do agronegócio (grãos e cana-de-açúcar, logística (eletroeletrônicos, bebidas e carga industrial), transporte de combustíveis, químicos, mineração e madeira.
Entre os negócios fechados em janeiro está a venda à Raízen, fabricante de etanol de cana-de-açúcar, de 300 Actros para transportar combustível na Divisão Shell e de 233 Axor para operações fora de estrada, na colheita de cana-de-açúcar. Somente para a Raízen, considerando uma outra venda de 524 caminhões feita em julho do ano passado, a Mercedes já comercializou 1.057 extrapesados em seis meses.
Em Minas Gerais, a montadora vendeu à empresa D’Granel, 86 Axor para o transporte de produtos siderúrgicos e 14 Actros para carregamento de granéis sólidos para siderurgia, cimenteiras, mineradoras e celulose.
Para a Expresso Nepomuceno, foram comercializados em janeiro 80 caminhões Axor para o transporte de cana-de-açúcar e madeira. No mesmo mês, a montadora fechou negócios com a Transjordano, de 52 Actros para levar combustível; com a Log Brasil, de 35 Actros para transporte logístico; e com a Breda, de 23 Axor para operações de cana-de-açúcar, num total de 110 extrapesados negociados para diferentes aplicações.
Os negócios fechados em dezembro começam a se concretizar agora. A montadora começou a entrega dos 150 Actros que vendeu à Transoeste no ano passado, para o transporte de grãos no Centro-Oeste. Neste caso, a Mercedes usou seu braço de compra e venda de seminovos, a SelecTrucks: pegou do cliente 150 caminhões de outras marcas que foram substituídos pelos novos Actros. No mesmo mês foram vendidos 100 Actros para renovação de frota da Transportadora Risa, produtora de soja no Maranhão.
O extrapesado Actros foi o mais vendido pela empresa no ano passado, com 1.498 unidades emplacadas entre modelos on e off-road, um aumento de aproximadamente 66% sobre o ano anterior. Considerando apenas os Actros rodoviários, o crescimento de vendas foi superior a 70%.
Ônibus
No segmento de ônibus, as licitações para o transporte escolar e as renovações nas frotas de urbanos e rodoviários é que têm estimulado o mercado.
Entre janeiro e dezembro foram negociados 3.985 ônibus para emplacamento em 2018. A Mercedes ganhou um lote de 1.600 micro-ônibus na licitação do programa Caminho da Escola, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (ainda a serem contratados); vendeu um total de 300 ônibus urbanos para renovação de frota em diversas cidades do estado de São Paulo e outros 180 para renovação de frota no Recife (PE). Em dezembro, a empresa comercializou 1.000 ônibus para renovação de frota das empresas do grupo Constantino, incluindo urbanos, fretamento e rodoviários, e 905 micro-ônibus para a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, uma licitação segundo a qual as prefeituras têm para até dezembro de 2018 para efetuar a compra.
Vans e furgões
A linha Sprinter da Mercedes teve grandes negócios fechados em janeiro. É um segmento que atende ao aumento de demanda de e-commerce, varejo e também às licitações de ambulâncias. Foram comercializadas 579 vans Sprinter para a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag) e outros 575 furgões Sprinter em uma licitação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo Jefferson Ferrarez, diretor de vendas e marketing de vans da Mercedes-Benz do Brasil, a montadora fez uma grande negociação com a venda de um lote de 800 furgões ambulâncias para o Samu, sendo que 225 já foram entregues em outubro do ano passado. “Assim, são 1.154 Sprinter para emplacamento em 2018”, contabiliza o diretor.
A Mercedes registrou no ano passado um crescimento de 31% nas vendas de comerciais leves (3,5 a 5 toneladas), com a comercialização de 6.327 unidades e 36,7% de participação de mercado. “Assumimos a liderança do mercado de vans, após dez anos, a última vez foi em 2007, e abrimos este ano também muito bem”, assinala Ferrarez. Ele acredita que o mercado de vans deverá crescer em torno de 15% este ano.
A meta para 2018 é manter o patamar de market share alcançado em 2017 – 55% para vans de passageiros, 32% para furgão e 22% para chassi com cabine. “Vislumbramos que no furgão as grandes oportunidades estarão nas licitações (ambulâncias), logística no varejo e e-commerce e esperamos subir nossa participação para 34%. No segmento de chassi, a expectativa é continuar no mesmo patamar”, diz.
Serviços
Além dos veículos, a Mercedes registrou neste início de ano a venda de 819 Planos de Manutenção e Fleetboard para a Raízen, 109 para caminhões Axor e Actros da Transgrãos e 100 para a Transportadora Risa, totalizando mais de 1.000 Planos de Manutenção e Fleetboard comercializados.
“Além de otimizar os custos operacionais para as empresas, esses serviços contribuem com a modernização da gestão de frota das companhias, que podem se concentrar em sua atividade, deixando os cuidados da frota com a Mercedes-Benz e seus concessionários”, destaca Silvio Renan, diretor de peças e serviços ao cliente da Mercedes-Benz do Brasil.
Leave a Reply