A Volvo do Brasil apresentou, esta semana, sua linha 2021 de caminhões, com destaque para o modelo VM City, vocacionado para distribuição de mercadorias nos grandes centros urbanos e proximidades, operações em que o motorista não precisa dormir na cabine do veículo.
O VM City tem cabine curta e caixa de câmbio manual de seis marchas. Foi pensado para atender a pequenos comércios, como lojas de materiais de construção ou de alimentos. Tem duas configurações de eixo – 6x2R e 4x2R – em plataforma para receber implemento sobre chassis, como caçamba, baú ou até um guindaste pequeno. É configurado com motor de 270 cv e tem um eixo traseiro de dupla velocidade, com flexibilidade para rodar dentro e fora da cidade. Sai de fábrica equipado com banco com suspensão a ar e tem ar-condicionado como opcional, assim como banco para dois passageiros e preparação para tomada de força.
O VM City reforça a participação da Volvo no segmento de semipesados, onde a montadora registrou bom desempenho no ano passado e também no início deste ano, com um crescimento de 29% de janeiro a maio, sobre igual período do ano passado. O mercado total apresentou queda de 12% no segmento de semipesados na comparação dos períodos. No segmento de pesados, enquanto o mercado em geral apresentou queda de 28%, a Volvo registrou retração de 9%. Foram entregues 5.518 caminhões Volvo de janeiro a maio, uma queda total de 5,1%, o que resultou em um market share de 33% para a marca. “Ganhamos o melhor market share da história da Volvo”, diz Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo.
O destaque em vendas neste início de ano foi a já consolidada linha FH, usada em rotas mais longas, que também ganhou inovações na linha 2021 para se tornar mais econômica e segura. Os veículos FH passam a sair, de série, com entre-eixos de 3.500 mm e defletores laterais de ar nas versões 4x2T e 6x2T. As inovações na linha podem representar redução de até 2% no consumo de combustível, diz Jeseniel Valério, gerente de engenharia de vendas de caminhões Volvo.
Houve alterações também nos pacotes de acabamento da linha FH que agora sai de série com sensor de chuva, sensor crepuscular, luz de frenagem de emergência e a chamada luz “Três-marias” sobre a cabine.
O FH 540 foi o modelo mais vendido da marca neste início de ano, teve 2.041 unidades emplacadas de janeiro a maio. O FH 460 foi o segundo mais vendido do ano, com 1.457 unidades comercializadas até maio. “Resolvemos melhorar ainda mais o que já temos de bom”, comenta Alcides Cavalcanti.
Fatores positivos da economia impulsionaram essas vendas, com a demanda de setores que se mantiveram em alta, como o agronegócio, a mineração e o segmento de alimentos e bebidas. Segundo Cavalcanti, o crédito para compra de caminhões não tem sido um problema e não houve aumento significativo nos índices de inadimplência.
Queda do mercado e reajuste de preços
Um dos maiores desafios para a Volvo, no momento, diz o executivo, é avaliar o impacto da pandemia na economia nos próximos meses. “Não sabemos o que vai acontecer, a definição do novo normal fica mais difícil. Prevíamos um crescimento de 10 a 15% sobre o ano passado, mas agora ficou difícil fazer previsões”, comenta Cavalcanti. Ele estima que o mercado deverá ter uma queda entre 36 e 40% sobre 2019.
De acordo com Cavalcanti, os preços dos caminhões Volvo terão um reajuste de 8 a 12% nas linhas M e F, versões 2021, para compensar o impacto que a montadora sofreu nos custos. A desvalorização cambial afetou o custo dos componentes importados, que representam em torno de 30% do produto da marca. Além disso, a redução dos volumes produzidos gerou aumento de custos fixos. O executivo também já alerta que o reajuste 8 a 12% não é suficiente para cobrir os custos e é possível que seja necessário mais um reajuste no último trimestre do ano. O aumento de preços, diz ele, é importante também para a Volvo manter seu plano de investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos anos.
Cavalcanti ressalta que as concessionárias Volvo operaram sem restrições desde o início da pandemia do coronavírus, com quase 2 mil pessoas trabalhando de acordo normas estabelecidas. Ele afirma que foram poucos os casos de contaminação e nenhum óbito.
A demanda por planos de manutenção mostra-se aquecida. Atualmente, oito em cada dez caminhões Volvo saem dos concessionários com planos contratados. Anteriormente, a média era de seis a sete contratações de planos para cada dez caminhões comercializados.
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