25 de novembro de 2024

DAF prepara-se para conquistar 10% do mercado nacional

DAF quer 10% do mercado nacional

Aumentar a participação de mercado, expandir e capacitar a rede de concessionárias e dar suporte ao cliente no pós-venda, com disponibilidade de peças e serviços de excelência. Essas são as principais metas do novo presidente da DAF Caminhões no Brasil, Carlos Ayala, que veio da Kenworth do México para ocupar o cargo no lugar de Michael Kuester, que assumiu posição junto ao board da Paccar em Seattle, nos Estados Unidos. Kenworth, DAF e Peterbilt são marcas do grupo americano Paccar.

Carlos Ayala, presidente da DAF quer 10% do mercado nacional

O objetivo da empresa é aumentar sua participação de mercado para 10% até o fim de 2018 e focar no pós-venda. No mês de julho, isoladamente, a empresa conseguiu atingir, pela primeira vez, o nível de 10,2% de market share, no segmento de 40 toneladas, com um recorde histórico de 275 caminhões emplacados. Esse resultado a colocou em quarto lugar entre as principais montadoras do mercado, com 7,2% de participação no acumulado do ano no segmento de caminhões em que compete, os de 40 toneladas. Ayala atribui esse resultado positivo à retomada de atividade da indústria nacional e à confiabilidade dos produtos que conquistou os clientes.

Luis Gambim. diretor comercial da DAF

“Tenho convicção de que isso vai se repetir frequentemente, pelo trabalho que nossa equipe vem desenvolvendo”, prevê Luis Gambim, diretor comercial da DAF no Brasil. Ele destaca que a base de clientes cresceu 60% neste ano e que 40% dos clientes são recorrentes. “Isso atesta a qualidade e o desejo pelos nossos produtos. A equipe de vendas está em sintonia, nossa rede está mais madura e nossos parceiros vestem a camisa DAF”, diz. Entre as compras repetitivas, os principais compradores são grandes frotistas do agronegócio e do transporte de combustíveis líquidos.

Sem revelar maiores detalhes, o novo presidente da DAF adianta que em breve deverá divulgar novos investimentos a curto e médio prazos, como parte da estratégia de crescimento no mercado nacional. Sobre uma possível expansão da linha de produtos – atualmente a DAF fabrica o extrapesado XF105 e o pesado CF85 –, Ayala diz que o objetivo é complementar, gradativamente, as aplicações que o país precisa, com novas aplicações. Atualmente, o modelo XF representa mais de 75% das vendas da DAF no país.

O índice de nacionalização dos produtos está em 60%, o que qualifica os veículos para a linha de financiamento Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Ayala afirma que a intenção é sempre aumentar esse índice com o desenvolvimento de fornecedores locais de peças e componentes, reduzindo a dependência de fora e evitando as consequências da variação do dólar. Desde 2015, a unidade industrial de Ponta Grossa produz também o motor Paccar MX, usado nos dois modelos de caminhões nacionais DAF.

A linha off-road lançada na Fenatran, no final do ano passado, vendeu entre 30 e 40 unidades. “Quando começamos a produção, a safra já havia terminado, tivemos essa questão do tempo, mas no próximo ano vamos entrar com mais força nesse segmento. O primeiro ano está servindo para validar o produto nas operações”, declara Ayala.

Ele assinala ainda que, mundialmente, a Paccar estuda o desenvolvimento de caminhões com motorizações alternativas, como os veículos elétricos, que estão em desenvolvimento nos Estados Unidos, híbridos, gás natural e hidrogênio. “A empresa está sempre buscando novas alternativas, mas para o Brasil temos que esperar um pouco para ver qual será a situação”, comenta o executivo.

A DAF entra no quinto ano de operações comerciais no Brasil, desde que inaugurou sua fábrica em Ponta Grossa, no Paraná, em 2013, e já soma mais de 3.500 caminhões circulando nas estradas do país. É por isso que, para ganhar mercado, sabe que será preciso investir na rede, tanto em expansão quanto em capacitação. “Queremos manter nossos clientes satisfeitos, os caminhões têm que estar rodando nas estradas”, diz Ayala. A montadora tem, atualmente, 35 pontos de atendimento, entre concessionárias e pontos de serviço. Quer priorizar novas casas nas regiões Norte e Nordeste do país, para atender à demanda. Até o final do ano deve inaugurar dois novos estabelecimentos nessas regiões. A montadora fechou parceria com o grupo Du Gregório, que está desenvolvendo sua primeira revenda na cidade de Paraíso do Tocantins (TO) e, recentemente, o grupo Caiobá inaugurou uma concessionária na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Segundo Ayala, para atingir a meta de participação de 10% do mercado de caminhões acima de 40 toneladas, a empresa está fazendo também mudanças internas na organização. “Tenho visitado clientes e concessionárias em todas as regiões, me adaptando à cultura brasileira e, junto à nossa equipe, tento entender as necessidades do mercado. Para manter o padrão de qualidade da marca, realizamos constantes investimentos na operação brasileira, visando o aumento gradual dos volumes de produção, o crescimento da rede concessionárias e a colaboração do banco Paccar Financial. Com isso, mantemos e fortalecemos uma base robusta para crescimento nos próximos anos. Depois de um grande período de estagnação, o mercado brasileiro está retomando e queremos estar prontos para o futuro”, declara Ayala.

A empresa já havia anunciado, recentemente, mudanças em sua estrutura organizacional nas áreas de compras e produção. O executivo Lairton Maziero deixou a área de compras e assumiu como diretor de produção. Já Gabriel Fernandes foi  promovido a diretor de compras.

Este ano, a DAF comemora 90 anos de história no mundo e o Grupo Paccar 113 anos.

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