25 de novembro de 2024

Mercedes vende pacote de novas tecnologias para quatro operadores de ônibus rodoviários

Autonomia de nível 2 da Mercedes

A Mercedes-Benz apresentou suas novas tecnologias embarcadas em ônibus da marca durante a Lat.Bus – Feira Latino-Americana do Transporte, realizada na semana passada, em São Paulo, e anunciou pelo menos quatro novos negócios fechados com grandes operadoras do setor que já começaram a usar veículos equipados com as inovações.

Uma das primeiras a apostar nos resultados do pacote de eficiência da Mercedes foi a Águia Branca, que este ano já comprou 105 ônibus Mercedes-Benz. Somente no mês de julho, esse cliente adquiriu 50 ônibus rodoviários O 500, sendo 44 unidades do modelo RSD 6×2 e seis do RSDD 8×2 para carroçarias Double Decker.

A empresa foi a primeira a optar pelo sistema de segurança completo em dois chassis RSD 6×2, o que inclui o piloto automático adaptativo ACC (Active Cruise Control), o AEBS (Advanced Emergency Braking System) e o LDWS (Lane Departure Warning System).

Autonomia de nível 2 da Mercedes

O ACC é um recurso disponível para ônibus rodoviários que mantém automaticamente o veículo a uma distância segura do carro à sua frente, reduzindo o risco de acidentes. O motorista tem condições de selecionar até sete níveis de aproximação diferentes e isso pode ser feito a partir de uma velocidade de 15 km/h até uma distância de 200 metros. “O ACC veio contribuir para maior segurança do motorista e dos passageiros, principalmente numa condição de neblina ou de chuva”, declara Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.

Segundo o diretor, o sistema fica ainda mais seguro e eficiente se associado ao AEBS e ao LDWS. O AEBS é um sistema de frenagem emergencial, toda vez que surgir um obstáculo à frente do ônibus, seja um pedestre ou uma frenagem brusca do veículo à frente, o sistema emite um alerta sonoro contínuo e faz a frenagem total do ônibus, sem precisar da intervenção do motorista.

Autonomia de nível 2 da Mercedes

Já o LDWS é um sensor de faixa, que faz a medição da posição do veículo em relação às faixas que delimitam as pistas. Se o motorista mudar de faixa sem acionar a seta, o sistema entende que houve um momento de desatenção do motorista e faz um aviso sonoro visual para que o condutor retome sua atenção.

“São três tecnologias que vão levar a marca rumo ao veículo autônomo, estamos muito próximos disso”, preconiza Barbosa. De acordo com o executivo, essas três soluções podem ser vendidas separadamente, mas ele aconselha a compra do ACC junto com o AEBS para garantir maior eficiência. O custo adicional do pacote de tecnologias pode varia de 3% a 8%, dependendo do preço do ônibus.

A montadora juntou a divulgação dessas três novas soluções ao pacote chamado de Fuel Efficiency, um conjunto de soluções para redução de custos operacionais que promete diminuir de 2 a 8% o consumo de combustível da frota. O pacote Fuel Efficiency já está saindo de fábrica em séri, para todos os chassis e inclui nova parametrização do câmbio automatizado GO 240; o Power Reduction – compressor de ar com otimização de energia; o Visctronic – controle inteligente de acionamento do ventilador do radiador; High Torque – aumento de torque para OM 457 LA de 360 cv; o EIS  – sistema de desligamento automático do motor, agora também para os rodoviários, que evita que o motor fique ligado desnecessariamente, como quando está parado, por exemplo, em um terminal; e o Eco Roll no câmbio automatizado, sistema que desacopla a embreagem a fim de economizar combustível em declives.

Outros clientes que abraçaram as novas tecnologias de Mercedes são a paranaense Viação Garcia, que comprou 70 novos ônibus da marca este ano, sendo que em julho foram oito ônibus rodoviários O 500 com o pacote completo Fuel Efficiency; a cearense Expresso Guanabara, com 65 novos rodoviários que levaram o grupo a alcançar 140 veículos da marca, todos com tecnologia Fuel Efficiency; e a Piracicabana, do grupo Constantino, que já soma 220 novos ônibus com tecnologia Fuel Efficiency, informa Barbosa.

“A boa notícia é que os empresários, os operadores, estão investindo em tecnologia, para oferecer um transporte mais seguro, mais confortável e com mais qualidade para todos os usuários”, celebra o executivo.

O diretor destaca que a Mercedes-Benz enumera seis pilares que considera a base para a mobilidade do país: segurança, conforto, meio ambiente, custo operacional, conectividade e mobilidade. “Estamos sempre pensando em inovação para esses pilares”, acrescenta.

Mercado interno e exportação

Segundo informações de Barbosa, a Mercedes-Benz do Brasil alcançou este ano 60% de participação de mercado no segmento acima de 8 toneladas de PBT. Foram emplacados de janeiro a junho 42% mais ônibus que o registrado em igual período de 2017. Entre os urbanos, foram emplacadas 2.171 unidades (81% de participação) no primeiro semestre deste ano e nos rodoviários foram cerca de 687 unidades emplacadas (57% de participação).

A montadora também anunciou na Lat.Bus a venda de 500 unidades para a Nigéria, em parceria com a encarroçadora Caio Induscar. O pacote envolve 250 ônibus urbanos modelo O 500 U e 250 micro-ônibus LO 915 que serão usados no transporte de passageiros na cidade de Lagos, a mais populosa do país e uma das maiores do continente africano.

A aquisição foi feita pelo Grupo Coscharis, empresa nigeriana que atua em vários setores e estreia no ramo de transporte coletivo urbano. “Os primeiros lotes já começaram a ser enviados ao cliente, com previsão de entrega total ainda em 2018”, informa Fábio Mesquita, gerente sênior do Order Center e Exportações Overseas da Mercedes-Benz do Brasil. “No início deste ano, antes da concretização dessa negociação, executivos do Grupo Coscharis visitaram nossa fábrica de São Bernardo do Campo e conheceram nossas linhas de montagem de chassis de ônibus e de motores. Esse encontro foi decisivo na escolha da marca”, acrescenta.

“Esta é a nossa maior venda de ônibus para a Nigéria dos últimos dez anos”, afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing e peças e serviços para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.

A montadora exporta ônibus e caminhões para cerca de 50 países de vários continentes.

O Banco Mercedes-Benz, que também marcou presença no estande da montadora na Lat.Bus, acompanhou o desempenho positivo da empresa no primeiro semestre. A cada dez novos ônibus da marca financiados, sete são através do Banco Mercedes. Os primeiros seis meses de 2018 foram o melhor primeiro semestre para o banco desde 2012, com crescimento de 180%. O banco da montadora é o único privado que atualmente opera o Refrota, além da Caixa Econômica.

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