A BMW, uma das pioneiras na eletrificação de seus modelos, ajusta os últimos detalhes para, finalmente, anunciar a instalação de eletropostos ao longo da rodovia Presidente Dutra.
A iniciativa, em parceria com a empresa de energia portuguesa EDP, consumiu um investimento de R$ 1 milhão. Além das duas empresas, a rede de postos Ipiranga está no projeto. Todos os pontos de recarga serão integrados a postos de combustíveis da Ipiranga. Os seis primeiros pontos de recarga deveriam ter sido inaugurado em março mas atrasou e, agora, espera-se para esta semana, em São Paulo (SP), o lançamento comercial da “eletrovia”.
O atraso ocorreu porque, segunda a montadora, a demanda inicialmente planejada se mostrou aquém da realidade.
Segundo João Veloso, diretor de comunicação da BMW do Brasil, será possível carregar 80% da bateria em cerca de 25 minutos nos equipamentos importados, produzidos pela Efacec, de Portugal.
“Não teremos um ponto exclusivo para carros da nossa marca, haverá plugues compatíveis com modelos de outras montadoras”, afirma Veloso. Métodos de cobrança ou benefícios para proprietários dos elétricos BMW ainda não foram divulgados.
Pelo projeto, pelo menos dois carros podem ser carregados em cada ponto por vez.
De acordo com a BMW, essa rede de postos de recarga formará “o maior corredor elétrico da América Latina”. Segundo o projeto inicial, a eletrovia do eixo da rodovia Presidente Dutra (BR-116) terá três postos no sentido SP-Rio e outros três no sentido Rio-SP, cobrindo 430 quilômetros em cada trecho.
Pelo contrato, o fornecimento de energia de pontos de recarga será feito com as operadoras de cada estado. No caso dessa eletrovia, a Light abastece os trechos no RJ, sendo a Eletropaulo a responsável pelo fornecimento em SP.
Outras estradas que já possuem boa infraestrutura estão nos planos de expansão da montadora alemã. Rodovias que ligam São Paulo a cidades do interior devem ser as próximas a receber um corredor elétrico de recarga.
Hoje, a CPFL Energia já conta com dez eletropostos públicos na região de Jundiaí e Campinas, no interior paulista. Além de tomadas em shoppings e na sede da empresa, há pontos em postos da rede Graal nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes.
O corredor da CPFL permite recarregar o carro em uma viagem de ida e volta a São Paulo. O objetivo é possibilitar uma viagem sem medo de ficar parado no meio do caminho. Atualmente, a autonomia rodoviária de um elétrico como o BMW i3 é de aproximadamente 150 quilômetros.
A primazia de “primeira eletrovia brasileira” ficou com a Copel, distribuidora de energia paranaense, que inaugurou o primeiro eletroposto da eletrovia que vai cortar o estado do Paraná de leste a oeste em março último. O serviço vai abranger cerca de 700 quilômetros da BR-277 entre Paranaguá e Foz do Iguaçu.
Até 2019, o Brasil terá ao menos quatro carros elétricos de porte médio ou compacto. Além do i3, chegarão o Volkswagen e-Golf, o Chevrolet Bolt e o Nissan Leaf. Mesmo com mais incentivos a esses carros não poluentes, os valores ainda serão proibitivos para a maioria dos bolsos brasileiros.
Analistas apontam que a barreira do preço segura a expansão do segmento, dando tempo para adequar o fornecimento de energia.
“Quando os carros 100% elétricos forem parte significativa da frota brasileira, a tecnologia e a regulação do setor terão evoluído de forma que recargas desordenadas, que elevariam perigosamente a demanda de pico, não serão a norma”, explica Tatiana Bruce, pesquisadora da FGV Energia
Segundo estudo da CPFL, se o Brasil tiver 10% da frota composta por veículos elétricos em 2030, o impacto das recargas na rede de energia será de, no máximo, 1,6% de acréscimo sobre a demanda.
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