No início deste ano a Harley-Davidson, fabricante das mais icônicas motocicletas do mundo fechou sua fábrica de Kansas City, Missouri. Motivo? Vendas em declínio.
A empresa reviu para baixo seus números e reportou uma queda de 7,9% em suas vendas – ante os 6,7% anunciados anteriormente –, e prevê que este número continue caindo.
Como publicamos anteriormente (veja matéria), este não é apenas um problema para a Harley. Os fabricantes de grandes motocicletas em geral estão lutando com alguns fatos básicos: o comprador continua envelhecendo e a geração seguinte simplesmente não está interessada em ter manchas de óleo em suas garagens.
Porém o espírito de liberdade, rebeldia e aventura, incorporado pela marca há décadas, continua vivo e, aparentemente, será elétrico.
A empresa anunciou um investimento, sem especificar valores, na Alta Motors para acelerar seu esforço de eletrificação.
A Alta Motors, anteriormente conhecida como BRD Motorcycles, é uma pequena empresa de motos elétricas, baseada no Vale do Silício e é apoiada financeiramente pelos co-fundadores de Tesla, Marc Tarpenning e Martin Eberhard.
A Alta se concentrou em fabricar motos off-road e está desenvolvendo pacotes de baterias e experiência geral de powertrain elétrico há anos e tem uma linha completa de motocicletas.
Assim a Harley-Davidson diz que quer atrair novos clientes oferecendo uma nova experiência, uma motocicleta elétrica sem engrenagens ou embreagem.
É preciso esperar para ver como a empresa vai lidar com a tendência mundial de aposentar os combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, agradar a legião de fãs do ronco de uma Harley espalhada pelo mundo.
A afirmação de Matt Levatich, presidente e CEO da Harley-Davidson, de que “pretendemos ser o líder mundial na eletrificação de motocicletas e, ao mesmo tempo, permanecer fiel às nossas raízes de gás e petróleo, continuando a produzir um amplo portfólio de motocicletas que atraem todos os tipos de pilotos ao redor do mundo” e um exemplo de que esta transição será, no mínimo, confusa.
A empresa já havia dado seus primeiros passos nesta direção com o Project Livewire, uma moto com tecnologia EV que ficou mundialmente conhecida quando foi pilotada por Scarlett Johannsen e Chris Evans, o Capitão América, em Vingadores. Nos últimos quatro anos, porém, a empresa deu poucas indicações de qualquer outro desenvolvimento apesar de estar empenhada em lançar sua primeira moto elétrica já em 2019.
“No início deste ano, como parte de nossa estratégia de 10 anos, reiteramos nosso compromisso de construir a próxima geração de pilotos de Harley-Davidson, em parte, investindo agressivamente em tecnologia de veículos elétricos”, disse Levatich.
Segundo Levatich, a Alta demonstrou inovação e experiência em EV e seus objetivos alinham-se de perto com a Harley. Cada uma das empresas tem pontos fortes e capacidades que serão mutuamente benéficas enquanto trabalham juntas para desenvolver motocicletas elétricas de ponta.
“Nós acreditamos que as motocicletas elétricas são o futuro e é um prazer para nós que a Harley-Davidson, sinônimo de liderança de moto, compartilhe essa visão e estamos entusiasmados em colaborar com eles”, declarou Marc Fenigstein, CEO e co-fundador da Alta Motors.
A Harley crê que “EV é para onde a mobilidade global é dirigida” e que a tecnologia “é um grande atrativo para os motociclistas existentes, bem como a oportunidade de atrair novos usuários”, finaliza Levatich.
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