O Brasil atravessa uma recessão que caminha para se tornar, provavelmente, a pior já registrada em sua história. Este cenário está impactando de maneira contundente todos os setores e, no caso da indústria, tem achatado o Produto Interno Bruto (PIB). Isto é resultado de um declínio gradual, cuja origem é a baixa competitividade e o aumento constante de custos de produção. Enquanto as condições não se tornam mais favoráveis para revigorar o setor, a lógica da evolução parece fazer cada vez mais sentido: não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
Diante deste panorama é importante que as empresas e seus profissionais estejam com os pés no presente, mas com os olhos no futuro. Com a crise, crie. Melhorando, buscando novas oportunidades, reinventando-se e tomando as duras, porém necessárias, medidas para garantir a sua sobrevivência hoje, mas mantendo em seu radar as melhores práticas, as tendências e as novas tecnologias que poderão contribuir para uma maior competitividade quando o País voltar a crescer. E vai voltar.
Na manufatura, a despeito da crise, não se pode perder o foco. Com a retomada da economia, voltaremos ao tema da competitividade, e neste quesito o Brasil continua a perder espaço. Em um momento em que investimentos estão cada vez mais restritos, as novas tecnologias parecem um tanto mais distantes, mas as práticas de manufatura enxuta e excelência operacional ganham destaque. Isto é positivo, pois em geral há muito a ser feito nos processos antes da introdução de novas tecnologias para que os ganhos possam ser maximizados.
Para que se atinjam resultados de classe mundial, muito além de sistemas de produção, é fundamental uma abordagem estratégica da manufatura com toda a cadeia de valor, que garanta o alinhamento e o foco de todas as áreas, transforme-se em modelo de negócios voltado à produtividade e à competitividade, e melhore o desempenho de forma sustentável. Com este nível de envolvimento, a excelência deve ser buscada de ponta a ponta, em toda a cadeia, para definição do negócio a partir do mercado, com a estruturação dos melhores processos, até o cliente final.
Alcançar a excelência não é tarefa fácil, exige dedicação e empenho, e uma combinação eficaz de liderança, cultura e ferramentas lean. E resultados muito positivos podem ser obtidos ao repensar ou introduzir novas práticas e reavaliar os processos. Busque impulsionar a performance dos negócios sob a ótica da produtividade. Uma operação eficiente, com fluxos de valor bem identificados, e um sistema de gestão eficaz podem trazer bons resultados e pavimentar o caminho para a introdução de novas tecnologias.
A era da manufatura avançada está aí – com a indústria 4.0, a internet das coisas e outras tecnologias – com soluções disponíveis que viabilizam a integração de todas as etapas da cadeia de valor, desde o desenvolvimento até o uso dos produtos, o que permitirá às empresas buscar soluções que levarão a melhores resultados em produtividade, qualidade e consequentemente redução de custos.
Uma combinação das boas práticas voltadas à excelência nas operações e das vantagens que as novas tecnologias de manufatura avançada podem oferecer, com um enfoque de estratégia do negócio, pode apresentar uma alternativa para superar os obstáculos atuais e preparar as empresas para o caminho da retomada do crescimento e da busca constante pela competitividade. Convidamos a todos os interessados em debater este cenário para o 8º Simpósio SAE BRASIL de Manufatura. O encontro será realizado no dia 14 de setembro, no Hotel Intercity Premium, em Caxias do Sul.
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Fernando Bortolini é gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente das Empresas Randon e chairperson do 8° Simpósio SAE BRASIL de Manufatura.
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