Além de projetar veículos de reconhecida capacidade tecnológica pelo mercado mundial, a Volvo é o exemplo de marca que gera benefícios para toda a sociedade global sem se preocupar apenas com o fundamento básico de uma empresa no capitalismo – o lucro acima de tudo. O legado da segurança que a marca de origem sueca nos deixa tem valor imensurável pelas vidas que já salvou e ajuda a salvar diariamente tanto aqui como em inúmeros países mundo afora.
O Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) está completando três décadas de atuação no Brasil. E como ele foi importante para conscientizar uma sociedade que se urbanizava e se motorizava – por isso mesmo inexperiente para uma nova realidade de regras ao volante. De lá para cá muita coisa mudou, mas o Brasil ainda registra a inacreditável estatística de 50 mil mortes por ano no trânsito – situação poderia estar ainda muito mais crítica não fosse atitudes como a da Volvo.
Nos últimos 30 anos, o PVST atuou constantemente para mudar a cabeça de pedestres, motoristas e legisladores em prol da redução de mortos e inválidos todos os dias nas ruas e estradas brasileiras. Neste período, por meio de suas atividades, pesquisas e estudos, campanhas educativas, fóruns, seminários e o Prêmio Volvo para reconhecimento de boas práticas de segurança, o PVST contribuiu direta ou indiretamente para alguns avanços em legislações e normatizações para segurança no trânsito.
A obrigatoriedade do para-choque traseiro para caminhões, o atual Código de Trânsito Brasileiro (CBT) e a adoção do uso do cinto de segurança são alguns exemplos dessa participação, que evitou que muito mais famílias chorassem a morte de entes queridos.
Quem um dia tiver o prazer e a sorte de ouvir uma palestra de J. Pedro Corrêa, idealizador e atual consultor do PVST, vai despertar sua consciência sobre a importância de toda a sociedade se preocupar e contribuir com a questão da segurança, desde a saída de casa à volta para o trabalho. Como diz Corrêa, a segurança envolve pessoas, empresas, governos, entidades, ONG, etc. Toda a sociedade sai ganhando quando não perdemos profissionais produtivos para a estupidez dos acidentes fatais ou mutiladores de seres humanos. Há economia de recursos e geração de riquezas quando tragédias não ceifam vidas.
“Quando uma empresa perde um bom profissional em um acidente, isso acarreta prejuízo para toda a sociedade, que tem custos enormes com a perda de produtividade, o tratamento dos acidentados e a aposentadoria de inválidos, além de todo o drama humano envolvido em uma tragédia como essa”, diz Corrêa. “A sociedade brasileira não pode mais conviver nem tolerar a insegurança nesse cenário que representa uma verdadeira guerra no trânsito”, diz.
Corrêa lembra os benefícios que o PVST produziu nas últimas três décadas no Brasil. Uma dessas maiores conquistas foi o uso obrigatório do cinto de segurança. “O PVST defendeu a obrigatoriedade do uso do cinto não apenas nas cidades, como estabelecia o Código de Trânsito Brasileiro mas também nas rodovias. Para isso, fez campanhas que exibiram vídeos sobre o tema em vários eventos e distribuiu cópias de vários deles para quem tivesse interesse. Entre eles, tornou-se famoso o primeiro vídeo produzido pela Volvo, na Suécia, para demonstrar a eficácia do cinto de segurança. O vídeo mostrava um ovo no banco dianteiro de um carrinho de madeira que batia em um obstáculo. Na primeira parte do vídeo, o ovo estava sem o cinto e, na segunda, com o cinto. Obviamente, o ovo saía do segundo choque inteiro, ao contrário do primeiro, quando se espatifava”, relembra Corrêa.
O cinto é considerado o acessório de segurança mais importante da história da indústria automotiva até hoje. Pesquisas de institutos internacionais mostram que o simples uso do cinto de segurança é capaz de reduzir em até 50% as fatalidades dos acidentes. Depois de ter lançado o cinto de três pontas, a Volvo liberou a patente aos demais fabricantes automotivos num gesto que marcou a visão da empresa e seu compromisso com a segurança.
O atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que entrou em vigor em 1998, foi outra grande conquista para a sociedade brasileira nos últimos anos. Durante o processo de elaboração do CTB, coube ao PVST o papel de incentivar o debate para uma legislação mais rigorosa, que contribuísse efetivamente com a redução dos acidentes, muitos deles provocados pelo sentimento de impunidade dos infratores.
O assunto foi tema em todos os meios onde o PVST atuava, criando-se oportunidades para estimular o debate. Por meio do programa, foram distribuídas também, em todo o Brasil, boletins técnicos com temas como “beber e dirigir”, “como transportar crianças no carro” e “uso do cinto de segurança”; e disponibilizados vídeos educativos nacionais e internacionais.
“Aprovado em 1997 e implementado em 1998, o Código de Trânsito Brasileiro é reconhecido até hoje como um dos maiores avanços da história do trânsito brasileiro e, dentro dele, a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança é vista como uma das mais importantes. E o PVST teve um papel significativo na conscientização sobre a importância do uso do cinto”, enfatiza J. Pedro.
A Lei que tornou obrigatório o para-choque traseiro rebaixado e resistente nos caminhões, em 2003, é outro exemplo concreto da influência do PVST na legislação da segurança no trânsito. Uma exigência simples, mas que vem salvando vidas em caso de colisão de veículos de passageiros nas traseiras de caminhões.
“O Programa Volvo de Segurança no Trânsito, por meio do Prêmio Volvo, foi importante para que a nossa ideia deixasse de ser um projeto acadêmico para se tornar uma defesa real dos ocupantes de automóveis”, diz José Ricardo Lenzi Mariolani, da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas.
Em 1996, um grupo formado por alunos e professores da Unicamp, Mariolani entre eles, iniciou o Projeto Impacto, com o objetivo de projetar, construir e testar modelos de para-choques para caminhões que evitassem o que chamaram efeito guilhotina em colisões de automóveis na traseira de caminhões.
A partir dos resultados do estudo, propuseram uma nova norma sobre o assunto. A norma proposta, porém, só foi aprovada e colocada em vigor pelo Contran – Conselho Nacional de Trânsito, anos depois, a partir da conquista do Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito, por Ricardo Mariolani e equipe, em 2002.
É assim que as sociedades avançam. E como é importante o envolvimento de empresas como a Volvo.
Faça um comentário