30 de outubro de 2024

Parceria com a Azul e acionista chinês dará a TAP atuação planetária em cargas

Em sua reestruturação acionária e organizacional, a TAP se prepara para ser uma empresa aérea de alcance planetário. A partir do Brasil, a empresa já tem ligação com a Europa, África e Estados Unidos. E, em breve, a partir da junção com a empresa aérea chinesa Hainan Airlines, vai expandir ainda mais sua operação global com atuação em toda a Ásia, num grupo de empresas que envolve também a brasileira Azul. O conglomerado chinês HNA, proprietário da Hainan Airlines, controla 14 companhias aéreas na Ásia, África e Europa.

Essa operação expandida terá atuação dos chineses, que já compraram uma participação acionária da Azul e da TAP. “Nós vamos ser planetários. Globais nós já somos”, afirma Pedro Mendes, gerente nacional de Cargas da TAP, responsável pela operação em todo o território brasileiro.

O modelo de operação planetária das empresas comandadas pelo empresário David Neeleman, fundador e CEO da Azul, ainda está sendo modelado. Mas a ideia é aproveitar ao máximo as sinergias entre as empresas para obter a máxima eficiente operacional tanto no transporte de passageiros quanto no de cargas.

Desde que começou a estender sua malha aérea no Brasil há cerca de 15 anos, a TAP vem investindo forte não só no transporte de passageiros como também na movimentação de carga entre o Brasil e a Europa.

Sua maior operação está na exportação de frutas brasileiras, mas também ampliando operações de importação e exportação para vários segmentos ao aproveitar sua regularidade de voos entre as dez capitais brasileiras em que oferece serviços.

 

“Ainda estamos na fase de integração das sinergias, aproveitando os produtos que a Azul e a TAP oferecem. Na área tecnológica, também estamos juntando o que há de melhor em cada uma das duas marcas”, afirma Américo Costa, responsável pela operação global de cargas da TAP.

 

“Com tudo isso, queremos potencializar as nossas receitas. Também desenvolver nossas operações no Oriente, onde temos mercados a explorar, buscando parceiros estratégicos, sem nos esquecer de fortalecer a operação da TAP no Brasil, que é muito importante para nós”, reforça Américo.

Segundo ele, a companhia deverá crescer na operação com a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil. “Como parceiro importante do Brasil, a China é uma região em que certamente vamos desempenhar uma nova postura”, diz.

A TAP também pretende acelerar o e-frete, com a implantação de processos eletrônicos de manifestos do frete aéreo. Aos poucos, essa tecnologia deverá abarcar todo o planeta, diminuindo a burocracia interplanetária que consume muito papel. Essa nova era tecnológica representará aumento da produtividade e eficiência operacional em toda a cadeia logística.

A digitalização deverá trazer ainda mais segurança aos governos com a transação eletrônica de dados. O problema ainda passa pelas regulações fitossanitárias, com o envolvimento de diversos setores entre os diferentes países – mas esta é uma realidade que será imposta, inclusive no Brasil, a partir de Viracopos e Galeão, principalmente.

 

Cenário brasileiro

A TAP já verificou um crescimento na importação no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Na exportação os números também melhoraram.

A TAP já chegou a transportar 17 mil toneladas de frutas entre Brasil e Portugal, depois distribuídas pela Europa via transporte rodoviário, mostrando a força que o agronegócio tem em suas operações.

Veja o depoimento de Pedro Mendes:

Desde o fim do ano passado a empresa vem sentindo uma recuperação. A praça de São Paulo saiu na frente com a importação de insumos. “A gente sentiu uma recuperação. Na exportação, a queda não foi tão grande. A gente é um transportador de agronegócio. No primeiro trimestre, já conseguimos um aumento de 20% na importação em relação ao mesmo período do ano passado”, afirmou Pedro.

Para ele, essa alta verificada no início do ano projeta um ano de 2017 bastante promissor. “Com certeza, nós teremos um ano muito bom. O transporte aéreo é muito sensível, quando cai é o primeiro a sentir e quando melhora também é o melhor termômetro”, avalia.

A empresa também faz exportação de calçados via Rio Grande do Sul. De São Paulo e Belo Horizonte, a empresa transporta autopeças.

A TAP ainda tem grande expectativa no e-commerce a partir do Brasil. A empresa está formulando estratégias para entrar com muita força no comércio eletrônico a partir das novas tecnologias de manifesto e a estruturação planetária da empresa.

A empresa já adotou uma tecnologia de rastreio postal para governos, muito bem-sucedida entre a Europa e o Brasil. Essa ferramenta vai permitir à empresa desenvolver novas operações para a segurança no comércio eletrônico. Brasília e Rio são polos importantes na importação de produtos farmacêuticos, como vacinas.

As cargas especiais, no qual é necessário o controle de temperatura, também é outro filão para a TAP. Contêineres refrigerados é um ponto porte da empresa desde o embarque até o desembaraço no Brasil. No ano passado, a TAP faturou seis milhões de euros em carga.

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