A BMW revelou no Consumer Electronics Show, nesta quinta-feira (05/jan) em Las Vegas, o i Vision Dee, um conceito que dá um passo além da direção virtual. Dee, que significa Experiência Emocional Digital, altera radicalmente a idéia de um painel frontal e exagera na utilização da realidade aumentada do veículo. Uma sensação de holodeck da Enterprise, da franquia Star Trek.
O veículo também é capaz de mudar de cor à vontade do lado de fora. É um camaleão por dentro e por fora. A BMW afirma em comunicado que parte da tecnologia embarcada no Vision Dee estará nos carros elétricos Neue Klasse 2025 da próxima geração da marca.
O conceito do Dee pressagia a preocupação da marca com a experiência interior. O painel minimalista faz todo o sentido já que o para brisa pode se transformar em uma tela que comporta todas as informações de navegação.
O condutor usa o que a BMW denomina de “Mixed-Reality Slider” para decidir quanta informação de navegação e tráfego deseja no para brisa.
“O BMW Mixed Reality Slider, em combinação com o painel frontal avançado, é o destaque digital e o controle operacional central do BMW i Vision Dee”, informa a montadora. “Usando sensores no painel de instrumentos, os motoristas podem decidir por si mesmos quanto conteúdo digital desejam ver no “Head-Up-Display” (HUD) avançado.”
A seleção Slider de cinco etapas do carro-conceito começa com analógico e progride para informações relacionadas à direção, sistema de comunicação, projeção de realidade aumentada e até mundos virtuais, O HUD expande-se, preenchendo toda a extensão do vidro frontal, servindo, assim, de exemplo para o que podemos encontrar em futuras gerações de veículos
Paralelamente, janelas reguláveis também podem ser usadas para atenuar gradualmente a realidade.
No BMW i Vison Dee, a projeção em toda a largura do para brisa permite que as informações sejam exibidas na maior superfície possível, que só se torna reconhecível como uma tela quando ativada.
O exterior do Vision Dee pode mudar para praticamente qualquer cor que você quiser.
Stella Clarke, gerente de projetos da BMW, explica que “o veículo possui um material parecido com papelão que é dividido em três camadas planares. A camada superior é um eletrodo, a camada inferior também é um eletrodo – elas conduzem eletricidade. Entre esses dois está uma camada que muda de cor cheia de cápsulas transparentes que contêm partículas pretas e brancas (ou coloridas), uma das quais é carregada negativamente e a outra é carregada positivamente. E quando você aplica uma diferença de voltagem aos planos superior e inferior, eles se movem de acordo e o efeito é a mudança da cor.”
Exatamente quanto dessa tecnologia realmente veremos em 2025 não está claro. Certamente o para brisa e as janelas laterais não podem ser transformados em telas de realidade alternativa se alguém ainda tiver que conduzir o veículo, e o Dee não é autônomo. Quase todos os sistemas de assistência ao motorista no mercado agora não são superiores ao Nível 2, e o ser humano no banco do motorista deve manter os olhos na estrada e as mãos no volante.
Para poder usufruir desta tecnologia exigiria autonomia de nível 4 ou 5, o que não parece estar pronto para a introdução da Neu Klasse em dois anos. Da mesma forma, o sistema de mudança de cor exterior ainda está muito longe da produção.
De qualquer maneira, vislumbres de futuro estão expostos e talvez a saída seja mesmo se refugiar em um mundo paralelo para enfrentar congestionamentos em horário de pico.