A empresa sueca de tecnologia marinha Candela mostrou as primeiras imagens de sua balsa elétrica voadora P-12 Shuttle, que deve entrar em produção ainda este ano.
A balsa elétrica navega sobre hidrofólios que a levanta da água e permite uma consumo de energia consideravelmente menor do que os barcos típicos. A tecnologia, que já é utilizada pela empresa em seus barcos de lazer, agora está sendo empregada no uso marítimo comercial.
O arrasto reduzido dos hidrofólios também permite velocidades muito mais altas, ajudando o barco a voar até 30 nós (55 km/h), o que o torna o navio elétrico mais rápido do mundo, segundo Candela.
A embarcação elétrica reduziu o uso de energia por passageiro-quilômetro em 95% em comparação com as balsas comerciais atuais.
O P-12 Shuttle usa o equivalente a apenas 0,1 kWh de eletricidade por passageiro-quilômetro. A embarcação oferece um alcance de 50 milhas náuticas em velocidade de serviço a partir de sua bateria de 180 kWh e usa carregamento rápido DC para recarregar em menos de uma hora.
O catamarã de 12 metros (40 pés) foi projetado para transportar 30 passageiros e operará sua primeira rota entre o centro de Estocolmo e a cidade de Ekerö no próximo ano.
Essa rota atualmente leva cerca de 55 minutos de metrô, ônibus ou balsa a diesel (e o mesmo tempo de carro durante a hora do rush da manhã e da noite), mas levará cerca de 25 minutos no P-12 Shuttle da Candela, economizando quase uma hora por dia.
Parte dessa economia de tempo também vem de uma isenção que o P-12 recebe nas zonas sem esteira (coluna de água revolta ou rasto de espuma que o navio deixa pela popa quando navega) de Estocolmo, onde os barcos convencionais são obrigados a desacelerar para menos de 12 nós para evitar criar uma esteira prejudicial. Como a P-12 cria praticamente zero esteira (deixando águas calmas para trás), a embarcação recebeu uma isenção e pode viajar em velocidades mais rápidas mesmo ao redor do centro da cidade.
Além de proporcionar tempos de deslocamento mais rápidos do que o metrô ou os carros com os quais compete, a embarcação oferecerá uma alternativa mais limpa e eficiente às balsas a diesel que atualmente operam essa rota.
A região de Estocolmo operará o primeiro P-12 Shuttle no próximo ano para um teste piloto de nove meses. Se for bem-sucedido, a empresa espera aumentar o número de balsas elétricas voadoras na água, não apenas substituindo as atuais balsas a diesel, mas também transferindo grande parte do tráfego rodoviário para a água.
As vantagens para os passageiros vão além dos tempos de deslocamento mais rápidos. Comparado aos ferries convencionais, o P-12 Shuttle voador é consideravelmente mais suave graças à estabilização eletrônica. Os hidrofólios do barco são controlados por computador, fazendo microajustes de 100 vezes por segundo para oferecer uma trajetória de voo estável e suave sobre a água que elimina o enjoo para os passageiros sensíveis.
A ocupação de 30 passageiros da balsa elétrica P-12 Shuttle é considerada uma grande vantagem também. As balsas atuais de Estocolmo têm uma taxa de ocupação média de 17%, o que significa que um navio de 300 passageiros geralmente transporta cerca de 50 passageiros.
Embarcações menores e mais ágeis, como o P-12 Shuttle, podem operar com mais eficiência, com custos operacionais mais baixos e com horários mais longos.