Mais da metade da população mundial vive hoje em cidades – número que só tende a crescer, dada a busca por melhores oportunidades de trabalho e qualidade de vida nos centros urbanos, sobretudo nos países emergentes. A mobilidade é a força vital das grandes cidades, essencial para a vida moderna. Mas é o que as torna barulhentas, congestionadas e propensas à poluição atmosférica. No Dia Mundial do Meio Ambiente, é preciso questionar: o impacto da tecnologia será capaz de afetar a mobilidade urbana e amenizar esse quadro?
Um estudo da consultoria McKinsey indica que sim: a mobilidade urbana passará por profundas transformações em um futuro próximo – uma série de combinações que reduzirá em até 60% as emissões de CO2 nas áreas urbanas até 2030.
Inovações tecnológicas como automação, conectividade e expansão da eletrificação já estão no horizonte. O aumento da urbanização e o crescimento das “megacidades”, com mais de dez milhões de pessoas, proporcionam as condições para a mudança.
A McKinsey estima que até 2025 a população das áreas urbanas cresça a um ritmo de 65 milhões de pessoas por ano, quase 179 mil por dia. As grandes cidades são a força vital das economias latino-americanas. Os 198 maiores centros urbanos (municípios com população igual ou superior a 200.000 habitantes) devem gerar 65% de crescimento do PIB da região até 2025.
Existem muitas cidades em todo o mundo onde o desenvolvimento e os padrões de deslocamento aumentaram significativamente. Nesses locais ter um carro é quase essencial. Isso provavelmente continuará a ser o caso no futuro. No entanto, esse modelo tem custo: o congestionamento em Los Angeles, por exemplo, custa à cidade cerca de US$ 23 bilhões por ano.
Um cenário que pode mudar caso os moradores dessas cidades adotem novas tecnologias de locomoção, como auto condução e veículos elétricos. A conectividade pode tornar mais fácil a implementação de tarifas de congestionamento orientadas pela demanda, o que aumentaria a capacidade rodoviária enquanto. O compartilhamento de carros pode surgir como opção, mas não substituiria o carro particular em grande escala.
Nova Deli, Cidade do México e Mumbai são exemplos de áreas metropolitanas densamente povoadas nos países em desenvolvimento. Todas experimentam uma rápida urbanização, e sofrem de congestionamento e má qualidade do ar. Para cidades como estas, o uso generalizado de carros autônomos pode não ser uma opção a curto ou médio prazo, por razões como infraestrutura e regulamentação, mas o investimento em veículos elétricos é uma mudança possível para o transporte mais limpo.
Hoje, um pequeno número de cidades, como Amsterdã, Cingapura e Estocolmo, têm sistemas de mobilidade considerados efetivos. Com diferentes graus de ênfase, essas cidades têm um transporte público eficiente, incentivam o ciclismo e a caminhada e conseguem limitar o congestionamento e a poluição. Até 2030, espera-se que vários sistemas adicionais estejam na vanguarda da próxima fase de mobilidade avançada.
Em termos gerais, o melhor combinará mobilidade compartilhada, autonomia e eletrificação com sistemas de energia integrados, transportes públicos e infraestrutura. Em termos específicos, as cidades vão navegar nessas possibilidades de forma diferente. As condições locais – como a densidade populacional, a riqueza, o estado da infraestrutura rodoviária e de transporte público, níveis de poluição e congestionamento e capacidades de governança local – determinarão as mudanças e a rapidez.
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