25 de novembro de 2024

Transporte de medicamentos e vacinas é o maior desafio da indústria farmacêutica

cadeia do frio
Luciano Vasconcelos *

O termo “Cadeia do Frio” é cada vez mais utilizado no setor de transporte. A cada ano, as matérias-primas ficam mais elaboradas e os investimentos em processos, tecnologia e pesquisas de desenvolvimento de produtos ganham destaque na indústria farmacêutica. E consomem fortunas.

O investimento para tornar os produtos mais eficazes e melhorar a qualidade e expectativa de vida das pessoas cresce exponencialmente. Assim, a armazenagem e a distribuição de medicamentos e vacinas passam a ser estratégicas para as indústrias.

O maior desafio do setor, no entanto, está em como fazer para que medicamentos e vacinas cheguem ao consumidor nas condições ideais de uso, sem que sua eficácia reste comprometida.

Um país de dimensão continental como o Brasil, com diversidade de clima e grande variedade de temperatura, exige um controle rígido no transporte deste tipo de produto. Requer temperaturas específicas e condições de higiene para cada tipo de medicamento a ser transportado.

Os cuidados são necessários em todo trajeto. Desde os centros de distribuição até o consumidor final é preciso utilizar equipamentos de refrigeração que garantam a temperatura desejada (e suas variações), tanto no interior do baú frigorífico como em qualquer outro implemento rodoviário que necessite refrigeração. Só assim, medicamentos e vacinas sensíveis a variações de temperatura podem ser transportados, de acordo com recomendações do fabricante e da legislação, sem perder as propriedades. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 50% das vacinas produzidas em todo o mundo chegam a seus destinos deterioradas.

O mercado exige da indústria farmacêutica qualidade e segurança. A confiança do consumidor passa pela utilização dos mais modernos equipamentos específicos de refrigeração para transporte de fármacos e suas matérias-primas. Além disso, é de fundamental importância investir em programas de boas práticas de distribuição, que assegurem e contribuam para a qualificação do sistema de transporte.

As indústrias têm hoje, à disposição, equipamentos que atendem ao rigoroso padrão do transporte de fármacos. É preciso selecionar com cuidado o fornecedor destes equipamentos. Uma escolha errada pode custar caro e arranhar para sempre a imagem do fabricante.

Já é possível, por exemplo, com um equipamento lançado no final de 2017 pela Thermo King, obter o controle preciso de temperatura (em inglês Precision Temp Control™- PTC) dentro do baú e, através de modificações realizadas no software e no circuito de refrigeração, melhorar a gestão da temperatura. A função PTC monitora a temperatura que sai do evaporador, chamada de temperatura da descarga e minimiza a variação do ar mais frio na superfície do produto.

Para a linha de pequenos caminhões ou vans já está disponível um modelo inédito para equipamentos de pequeno porte, com a opção de aquecimento. Este novo produto da Thermo King é fundamental para remédios e vacinas que necessitam de precisão no controle de temperatura e aquecimento do baú.

O transporte adequado na “Cadeia do Frio” é um dos grandes desafios da indústria farmacêutica. Questões como infraestrutura, regulações e mão de obra qualificada devem ser discutidas e aprimoradas para que o setor continue se desenvolvendo. Para um transporte refrigerado eficaz são necessários equipamentos e insumos adequados, além de capacitação de pessoal.

As transportadoras devem, obrigatoriamente, receber treinamentos para todos os membros da equipe de logística, desde a área de qualidade, pessoal de movimentação e estocagem até os motoristas. Estas práticas abrangem noções de carregamento, “Cadeia do Frio” e distribuição de produtos para que possam aproveitar todos os recursos do equipamento adquirido e operá-los com segurança. As premissas para a regulamentação desse tipo de transporte vão desde a exigência de um responsável técnico farmacêutico nas empresas até registros de treinamentos para os colaboradores, como também dos controles de temperaturas dos produtos durante armazenagem e transporte.

*  Luciano Vasconcelos é supervisor de engenharia do produto da Thermo King no Brasil.

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