A indústria nacional de carrocerias para ônibus respirou aliviada com os números de produção de janeiro que mostraram um crescimento de 186% no volume fabricado de 989 unidades ante 346 em janeiro de 2017.
Essa alta sustenta a tendência de retomada comemorada no final do ano passado que somou 14.607 carrocerias fabricadas no acumulado de janeiro a dezembro de 2017, 3,5% acima do registrado no ano anterior, conforme levantamento feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
Mais uma vez as exportações foram responsáveis por boa parte desse movimento. Em janeiro, foram exportadas 382 carrocerias, volume 151% maior que as 152 unidades vendidas ao exterior no mesmo mês do ano passado. No total de 2017, foram exportadas 4.803 carrocerias, uma alta de 13,2% sobre o ano anterior.
Só a Marcopolo, maior fabricante nacional de carrocerias para ônibus, viu sua produção subir mais de 800%, com 580 unidades fabricadas em janeiro (Marcopolo + Marcopolo Rio) frente a apenas 64 produtos no primeiro mês do ano passado. As exportações da encarroçadora em janeiro somaram 249 ônibus, um aumento de 522% sobre as 40 unidades exportadas no mesmo mês de 2017.
A segunda maior indústria do setor, a Caio Induscar, produziu 173 carrocerias no mês contra 83 feitas em janeiro de 2017, uma alta de 108% no volume fabricado, mas com exportações de apenas duas unidades. Em seguida aparece a Neobus, do grupo Marcopolo, com 101 unidades saídas da linha de produção de janeiro, quase 11% acima do registrado em igual mês do ano passado (91 carros), e com 32 veículos exportados.
Das linhas de produção da Mascarello saíram 71 carrocerias, volume quase 6% maior que as 67 de janeiro de 2017, e com 50 ônibus vendidos ao exterior. A Comil fabricou 40 ônibus (alta de 54%) e exportou 25 unidades e a Irizar produziu 24 veículos (alta de 60%) e vendeu ao exterior 24 ônibus.
Marcopolo
A Marcopolo divulgou hoje (22/02) que teve uma receita líquida de R$ 2,876 bilhões, com crescimento de 11,7% em relação ao ano anterior (R$ 2,574 bilhões). O resultado foi atribuído à retomada do mercado interno de ônibus e “consolida estratégia adotada para maior eficiência, redução de custos e crescimento da atuação no exterior”.
As exportações atingiram quase R$ 1 bilhão, o equivalente a 34,8% dos negócios da companhia. O lucro líquido no período foi R$ 82,1 milhões. Em volumes, houve um crescimento de 5,1% em relação a 2016 (3.271 unidades contra 3.111). “O projeto de integração da área comercial-mercado externo com a de negócios internacionais, com a abertura de novos escritórios em Kuala Lumpur e Dubai, passou a dar seus primeiros resultados e transações importantes estão sendo prospectadas no continente africano”, diz o comunicado emitido pela encarroçadora.
No ano passado, a Marcopolo apresentou aumento de 26,2% em unidades produzidas em suas fábricas do país (8.633 unidades contra 6.840 no ano anterior), o que já sinalizou o processo de retomada. Os principais destaques foram o crescimento de 20,8% na produção para o segmento de ônibus rodoviários, com aumento de 93,7% na receita líquida em relação a 2016; o desempenho dos segmentos de micros e do Volare, que cresceram em volumes 104,6% e 43,5%, respectivamente, e a ampliação da participação de mercado total da Marcopolo na produção brasileira de carrocerias, que encerrou 2017 com 48,1% contra 41,3%, em 2016.
Entre as operações internacionais da Marcopolo, a Polomex, localizada em Monterrey, México, registrou crescimento de 5,9% nas unidades produzidas (1.272, em 2017, contra 1.201, no ano anterior) e de 213% no lucro líquido, resultado atribuído ao trabalho de diversificação de clientes, à produção de ônibus com diferentes marcas de chassis e a um mix de produtos mais nobre, especialmente de modelos rodoviários.
“Para 2018, a Marcopolo prevê a continuidade da trajetória de recuperação da indústria brasileira do ônibus. Inicia o ano com carteira de pedidos com volume de negócios em andamento superior ao verificado nos últimos anos e boas perspectivas para licitações, especialmente no âmbito do programa Caminho da Escola, e exportações”, ressalta o comunicado.
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