Com o objetivo de alcançar, até o final deste ano, uma economia de 5 a 7% no consumo de combustível de seus ônibus rodoviários, a Expresso Princesa dos Campos iniciou um trabalho em conjunto com a Volvo Bus para melhorar o desempenho de sua frota. Atualmente, 70% dos cerca de 380 ônibus que compõem a frota são da marca Volvo e o consumo total de óleo diesel representa de 30 a 35% dos custos do serviço da empresa, que faz o transporte rodoviário de passageiros em quase um terço do estado do Paraná e em regiões pontuais de São Paulo e Santa Catarina.
O trabalho junto à consultoria da Volvo Bus, chamado de Consumo na Medida, faz parte de um pacote de serviços conectados oferecidos pela montadora e começou em março deste ano com 12 ônibus que circulam em seis rotas da operadora. Segundo Florisvaldo Hudinik, diretor-presidente da Expresso Princesa dos Campos, a implantação nas demais rotas – são cerca de 70 linhas no total – deverá ser feita de forma gradativa até o final do ano. “Nossa frota é 70% Volvo e o consumo de combustível é o item de maior peso nos custos de uma empresa de transporte, corresponde de 30% a 35% do custo do serviço. Analisando os dados, identifiquei que precisávamos do apoio da montadora para que pudéssemos melhorar o desempenho da nossa frota e lancei o desafio à Volvo Bus. Eles toparam e hoje já começamos a colher alguns frutos”, declara o executivo
Os primeiros resultados do programa de consultoria já são classificados como positivos pela empresa. “Ainda é cedo para mensurar efetivamente a economia gerada através do projeto, mas já podemos notar claramente a melhoria no comprometimento dos nossos profissionais com o desempenho e a segurança da operação. Isso sem falarmos da base de informações levantadas, que serão utilizadas de maneira estratégica na definição de novas aquisições”, explica Hudinik.
A solução da Volvo envolve a implantação de um sistema de telemática que, com a tecnologia embarcada, apura diferentes dados do veículo como consumo de combustível, localização de cada carro, problemas mecânicos e outras ocorrências decorrentes da forma de condução do motorista, como aceleração brusca, curvas bruscas, frenagem repentina, excesso de velocidade e veículo parado com motor ligado. Todas essas informações são acompanhadas em tempo real, com emissão de relatórios. “É um trabalho minucioso, envolve a criação de uma base de dados, que resulta em um histórico. Desta forma, conseguimos fazer um comparativo com informações sobre determinado veículo, numa linha específica, conduzido por determinado motorista”, explica Alexandre Vargha, coordenador do projeto na Volvo.
O trabalho inclui o acompanhamento individualizado dos motoristas. “Temos condições de adequar o melhor carro e o melhor motorista àquela determinada rota, obtendo os melhores resultados”, analisa Fábio Roseira, analista de manutenção da Princesa dos Campos. “As informações que tínhamos eram baseadas na experiência prática dos nossos motoristas. Com o projeto, pudemos fazer uma reavaliação das rotas e perceber que alguns detalhes muitas vezes passavam despercebidos. Um exemplo é a variação de relevo, que não é perceptível pelo motorista na operação do dia a dia e influencia diretamente na condução. Com o acompanhamento, esses parâmetros estão sendo revistos e temos um indicativo mais preciso das necessidades de cada operação”, destaca.
Segundo Roseira, foram implementadas algumas melhorias nos veículos do ponto de vista da engenharia, o que trouxe resultados expressivos. “Junto às melhorias em termos de engenharia, foi feito um trabalho diretamente com os motoristas instrutores. Trabalhamos a necessidade da utilização do freio motor, o uso da faixa de torque ideal e a própria diretriz da operação, que foi voltada à busca da melhora da média de consumo. E o resultado foi surpreendente, com esse conjunto de mudanças, já conseguimos perceber avanços na performance dos carros”, diz.
“É interessante porque estamos percebendo uma competição saudável entre os motoristas em relação ao desempenho, ou seja, um quer mostrar que está tendo melhores resultados que o outro”, complementa Raphael Collares, gerente de manutenção da Princesa dos Campos. A empresa tem atualmente perto de 400 motoristas e já foram treinados por volta de 10% deles.
Cassio Coelho, que trabalha há seis anos na Princesa dos Campos e há pouco mais de um ano como motorista instrutor, ressalta a importância do comportamento do motorista na direção. “Você pode ter a condição extremamente favorável, mas se o motorista não colaborar, não vai adiantar nada, porque 70% do consumo de combustível é resultado da ação do motorista”, declara. Ele diz que está animado com a implantação da solução Volvo. “Conseguimos visualizar cada linha da empresa por elevação de terreno, onde tem mais subidas ou mais descidas, por exemplo. Pudemos ver também onde ocorre o maior consumo de combustível. Eu, por exemplo, fazia a linha Ponta Grossa a Foz do Iguaçu. Saía com quase 1 mil metros de altitude e chegava com cerca de 200 metros, sendo que no meio do caminho tem bastante subida e descida. Isso afeta muito o desempenho. Para o motorista, conhecer os dados reais do trajeto influencia muito na condução”, avalia.
De acordo com Alexandre Vargha, o ciclo de melhorias nos parâmetros de software e engenharia já estão concluídos na Princesa dos Campos e a etapa atual, que deve seguir até o final do ano, envolve ampliar a análise do perfil das linhas da empresa.
Paralelamente, é feito um processo de treinamento contínuo para que os profissionais façam a condução de acordo com as orientações referentes a cada rota para buscar o o melhor desempenho possível dos veículos. O processo começou com os instrutores que multiplicam as informações para os motoristas.
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