Aquele ronco característico da mais icônica das motocicletas pouco a pouco está deixando de seduzir a juventude, que deixou de ser transviada para se tornar millennials, refletindo diretamente nos resultados da Harley-Davidson: queda nas vendas mundiais de 6,7% em relação a 2016.
Este não é apenas um problema para a Harley. Os fabricantes de grandes motocicletas em geral estão lutando com alguns fatos básicos: o comprador continua envelhecendo e a geração seguinte simplesmente não está interessada, preferindo o compartilhamento por meio das telas de seus smartphones, sem vento no rosto.
A Harley-Davidson planeja lidar com o problema “redefinindo seu produto em espaços tradicionais e expandindo para novos espaços”. Um desses novos espaços será elétrico, com a companhia anunciando que terá uma e-moto à venda no prazo de 18 meses – embora não saibamos o que ele vai parecer nem quanto custará.
Matt Levatich, presidente e CEO da Harley resumiu a visão de sua empresa: “O mercado de motocicletas EV ainda é embrionário, mas acreditamos que as motocicletas elétricas Harley-Davidson premium ajudarão a impulsionar sua participação globalmente. Ao expandir nossas capacidades EV e compromisso, ficamos ainda mais entusiasmados com o papel que as motocicletas elétricas desempenharão no crescimento de nossos negócios”.
A empresa já havia dado seus primeiros passos nesta direção com o Project Livewire, uma moto com tecnologia EV que ficou mundialmente conhecida quando foi pilotada por Scarlett Johannsen em Vingadores 2.
Assim, parece que a empresa vê uma oportunidade para se tornar a Tesla das motocicletas, apoiada no prestígio, bem como no desempenho da marca e em uma rede de estações de carregamento que os pioneiros do EV já criaram.
A Harley crê que possa desempenhar esse papel pois tem consciência do valor de sua marca, tem estilo e crédito, além possuir uma poderosa rede global de revendedores e uma marca tão forte que as pessoas compram suas roupas sem nunca terem montado uma motocicleta.
Do outro lado da mesa estará a “tribo” com o logotipo da Harley tatuado no braço, amantes do ronco do motor, da brisa no rosto e condescendentes com as manchas de óleo na garagem.
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