De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), há no país 100.292 veículos elétricos ou híbridos em circulação. O número foi alcançado graças ao grande incremento registrado nas vendas no primeiro semestre deste ano.
Entre janeiro e junho de 2022 foram emplacados 20.427 veículos híbridos e elétricos, um aumento de 47% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram comercializadas 13.899 unidades,.
Resultados e políticas
Os mais de 100 mil veículos eletrificados em circulação é resultado dos esforços para impulsionar a eletromobilidade no país. Por exemplo, em 2020, foi criada a Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME) com a participação de diversos atores no âmbito governamental, da indústria, nos meios acadêmicos e da sociedade civil para identificar objetivos de longo prazo.
Com algumas políticas pontuais e com a expectativa da ampliação da infraestrutura de carregamento, espera-se um avanço nestes números a curto e médio prazo.
Recentemente foi aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do senado, um projeto de lei que propõe incentivos fiscais para o desenvolvimento da mobilidade e pesquisas em tecnologia. Segundo a CCT, o desenvolvimento de veículos elétricos deve ser um dos objetivos da Política Energética Nacional. A proposta prevê o início dos trabalhos para 2023.
A iniciativa faz parte da Agenda 2030, na qual o Brasil se comprometeu com a redução de emissões de dióxido de carbono e gases de efeito estufa como forma de melhorar a qualidade do ar e consequente melhor qualidade de vida das pessoas.
Rumo certo
“Esses 100 mil veículos eletrificados são um grande destaque e mostram que o Brasil está no rumo certo, mas ainda falta muita coisa para a eletrificação avançar”, declarou Adalberto Maluf, então presidente da ABVE.
Adalberto Maluf, que licenciou-se da direção da associação nesta segunda-feira, 15/8, comemorou os resultados, mas reiterou que eles continuam abaixo do potencial do mercado brasileiro de veículos de baixa emissão.
Maluf, que foi sucedido por Antonio Calcagnotto na presidência da ABVE, afirmou que em 2021 houve um crescimento de 109% das vendas globais de veículos em relação ao ano anterior e hoje, nada menos do que 16 milhões de automóveis e comerciais leves elétricos circulam no mundo, além de 600 mil ônibus elétricos.
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Para este ano, a ABVE estima que as vendas globais de elétricos plug-in (BEV e PHEV) sejam ainda mais acentuadas, podendo chegar a 12 milhões de veículos, quase o dobro de 2021.
“O Brasil não pode isolar-se das cadeias produtivas globais do setor automotivo. O risco é o país perder ainda mais competitividade internacional e tecnológica, deixar de gerar renda e não produzir novos empregos de qualidade”, concluiu o executivo.
“São bons números, mas levando-se em conta as estimativas de chegarmos a 30 milhões de veículos elétricos no mundo ao final deste ano, proporcionalmente nossa participação é muito pequena e falta muito para avançar, declarou Carlos Augusto Serra Roma, conselheiro de infraestrutura da ABVE.
Segundo o conselheiro da ABVE, hoje o Brasil conta com aproximadamente 1.500 pontos de carga disponíveis nas principais cidades e este número é pequeno, se comparado com as metas de se chegar a três mil até o final de 2022 e a 10 mil em três anos.