A Volkswagen Caminhões e Ônibus expôs pela primeira vez, na semana passada, em Brasília (DF), o seu Volksbus de 15 metros com terceiro eixo dianteiro, uma inovação em relação à concorrência que, até agora, produz o veículo de 15 m com terceiro eixo traseiro. Levado em avant-première à exposição, que aconteceu paralelamente ao Seminário Nacional de Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o novo Volksbus só estará disponível para o mercado no primeiro trimestre do próximo ano.
O exemplar visto na feira, com carroceria feita pela Caio Induscar, modelo Apache Vip, começará a circular, em breve, nos sistemas de Joinville (SC) operados pelas empresas Transtusa e Gidion. A montadora quis apresentar o novo conceito no evento de mobilidade urbana para sentir as primeiras impressões dos clientes que, segundo Thiago R. Damato, engenheiro de marketing do produto da Volkswagen Caminhões e Ônibus, foram bastante positivas.
Com o terceiro eixo na frente, o veículo pode carregar um número maior de passageiros, fica com 22 toneladas de carga, e a carroceria pode ser configurada com um salão dianteiro mais amplo. “Isso dá mais flexibilidade para o operador porque o salão frontal maior permite maior velocidade de embarque dos passageiros”, assinala Damato.
Esse primeiro ônibus de 15 m da VW tem como base o chassi 17.230, que é modelo de motor dianteiro com seis cilindros MAN D08 e suspensão pneumática. “Nossa proposta é conseguir otimizar o veículo, com uma carroceria maior sem aumentar tanto o custo, focado na relação custo-benefício”, diz o executivo.
A intenção é conquistar os clientes que têm carrocerias de 13,2 m, ou de 12,5 m, que estão com a demanda alta, precisam crescer, mas não querem pular para um articulado. Esse novo carro fica posicionado em uma faixa intermediária. Ele acredita que o veículo será bem aproveitado em capitais que estão implantando faixas exclusivas de ônibus e corredores. “E nas linhas com demanda grande nos horários de pico, onde em lugar do operador usar dois ônibus menores ele acaba optando pelo de 15 m”, comenta.
Outra vantagem para o operador é que o modelo usa o mesmo eixo do 17.260, ou seja, sistema de freio, bolsão de ar, o cliente vai usar os mesmos componentes, peças normais de linha na manutenção. “Além disso, como os dois eixos esterçam, isso melhora a dirigibilidade para manobrar o veículo porque não tem nenhuma roda arrastando”, complementa Damato.
“Não tínhamos pensado nessa possibilidade logo de cara, mas quando começamos a fazer os estudos de layout de distribuição de carga saiu essa ideia e com essa versão temos um chassi de 22 t e não de 19 t como os outros veículo que têm o terceiro eixo na traseira. Temos seis toneladas em cada eixo dianteiro e mais dez toneladas no eixo traseiro. A distribuição de carga é mais uniforme, coloca-se mais passageiros em pé”, ressalta Jorge Luis Saab Carrer, gerente-executivo de operações comerciais e pedidos especiais de ônibus da Volkswagen Caminhões e Ônibus. “Com essa distribuição de carga, o operador consegue colocar um pneu 275, que os empresários estão mais acostumados, não precisa de um pneu de mais capacidade. São várias soluções que dão um custo-benefício melhor”, complementa.
Carrer acredita que o modelo será uma alternativa viável ao ônibus articulado porque nem sempre a operação requer uma capacidade tão maior, como é o caso de cidades de médio porte como Recife ou Campinas.
O Volksbus de 15 metros foi desenvolvido no Brasil e será produzido na planta de Resende (RJ)
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