Ana Paula Machado | de Hannover, Alemanha – Depois de voltar às origens, a Volkswagen Caminhões e Ônibus está caminhando para o futuro. A companhia lançou durante o IAA, a maior feira de transporte do mundo, um ônibus híbrido com motor flex. O presidente para a América Latina, Roberto Cortes, disse que os testes com o Volksbus e-Flex começam em seis meses na cidade de São Paulo.
“Estamos negociando com um parceiro, uma empresa de transporte público, para iniciarmos os testes da aplicação. É uma alternativa muito eficiente, porque usa o motor de automóvel como gerador de energia, enquanto o veículo não está com a bateria completamente carregada” disse o executivo.
O motor TSI flex da VW, utilizado nos modelos Golf e Audi A3, começa a funcionar assim que as baterias chegam a 20% de sua capacidade de carga e automaticamente desliga quando a carga das baterias chega a 80%.
Segundo ele, a produção do ônibus híbrido começa seis meses depois da fabricação em série do caminhão elétrico, em meados de 2020. “Usamos o motor TSI 1.4L flex da Volkswagen como gerador e com isso reduz muito os custos, principalmente com combustível. Esse é o motor do Golf. Além disso, ele tem a opção de ser abastecido também com GNV, o que viabiliza a operação em outros países da América Latina”, disse o executivo.
O Volksbus e-Flex, montado sobre um chassi de ônibus de 17,5 toneladas e encarroçado pela Marcopolo, tem capacidade total para 65 passageiros, 26 sentados e foi equipado com ar-condicionado.
Cortes afirmou, ainda, que no modelo Delivery elétrico negociado com a Ambev, está sendo testado um novo motor elétrico, uma tecnologia da co-irmã Scania. No protótipo desenvolvido em Resende (RJ) o propulsor do caminhão era fornecido pela WEG.
“São alternativas que estamos estudando. Estamos conversando com o cliente para entregar uma solução de acordo com as suas especificações”, ressaltou.
Aumento da produção
Cortes informou também que a fábrica de Resende vai começar a trabalhar aos sábados a partir do próximo mês. ” A recuperação do mercado brasileiro está acontecendo”, disse o executivo.
Segundo ele, é o Brasil que irá sustentar esse aumento na cadência de produção, porque o outro mercado forte para os veículos VWCO, a Argentina entrou numa crise sem precedentes.
“A Argentina representava 30% da nossa produção. Agora, vai passar a ser 20%. É o maior destino de nossos veículos. Espero que essa situação se resolva o mais breve possível”, afirmou.
Com a crise cambial na Argentina, com a desvalorização de quase 100% do peso, o país entrou em recessão e antecipou o empréstimo de US$ 1,5 bilhão junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, o governo realizou uma reforma administrativa e reduziu o número de ministérios.
*A jornalista viajou a convite da Anfavea.
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