Num ano em que a economia não deslancha, a política atrapalha e o principal mercado importador de veículos nacionais, a Argentina, vive uma nova crise financeira, a indústria automobilística brasileira consegue números surpreendentes, considerando-se o cenário desfavorável.
Com 291 mil unidades, a produção de veículos saltou 18,6% em agosto ante a julho. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta foi de 11,7%. No acumulado do ano entre janeiro e agosto, a produção soma 1,971 milhão de unidades, alta de 12,9% sobre o mesmo período de 2017.
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Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6.9.2018) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Já o mercado nacional acumula, ao longo do ano, alta de 14,9% quando comparado o mesmo período de 2017. Mantido esse ritmo de vendas, a Anfavea pode alterar para 14% a alta de vendas neste ano – atualmente está estimado em 11,5%.
Em agosto, as vendas surpreenderam a própria Anfavea, com o emplacamento de 248.640 veículos, entre carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. “(Com alta de 14,3%), é o melhor agosto desde 2014 e o melhor mês de vendas de vendas absolutas desde janeiro de 2015”, afirmou Antônio Megale, presidente da Anfavea.
“O mês veio forte, o que é um pouco surpreendente pela instabilidade que a gente está vivendo no país, tanto econômica quanto política”, reforçou o dirigente. “Me parece que o gosto pela compra do carro e a necessidade de troca estejam se refletindo nos números atuais.”
De acordo com Megale, agosto, tradicionalmente, é o segundo melhor mês para venda de veículos, depois de dezembro. “É um mês com muitos dias úteis (especificamente neste agosto 23 dias), além de marcar o início do segundo semestre” disse.
Segundo Megale, parte da alta da produção se deve à antecipação de uma eventual nova paralisação dos caminhoneiros. A crise na Argentina também se reflete, já que existe uma tendência de queda em razão da diminuição das exportações – em agosto as vendas ao exterior caíram 16,4%.
No acumulado do ano, foram exportados 486,5 mil veículos, diminuição de 4,65 ante ao volume de 509 mil unidades exportadas no mesmo período do ano passado. Em valores, os números são para lá de positivo, com total de US$ 11,8 bilhões acumulados entre janeiro e agosto.
Caminhões
As vendas de caminhões continuam fortes, com alta de 49,5% em agosto. No acumulado do ano, a indústria já emplacou 46.444 unidades, o que representa um crescimento de 50,78% do mercado em comparação ao mesmo período de 2017. Desse total, 20.726 veículos são caminhões pesados.
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