Um estudo realizado pela E-Mobil BW – agência de inovação para novas soluções em mobilidade da região de Baden-Württemberg, na Alemanha –, diz que metade dos empregos ligados à mobilidade estão ameaçados até 2030 em razão da produção em massa de VE’s (Veículos elétricos).
O estudo teve como base uma amostra recolhida na região de Baden-Wurttemberg, uma das mais competitivas e mais avançadas economicamente da Europa. Em particular nos setores de alta tecnologia e de P&D, a região de Baden-Württemberg é considerada a mais inovadora da Europa. Ali estão sediadas gigantes do automobilismo como a Daimler (Mercedes-Benz) e a Porsche e sistemistas como a Bosch.
Este estudo diz que 31,2 mil dos 69,6 mil empregos das empresas fabricantes de motores e veículos não elétricos, podem desaparecer até 2030. Neste número estão incluídas empresas que além de motores, produzem transmissões, sistemas de exaustão, enfim, tudo que está ligado à mobilidade não elétrica. Os postos de trabalho gerados pela eletromobilidade, de acordo com o mesmo estudo, chegarão a um patamar próximo a 7,9 mil, número muito menor do que as vagas que, literalmente, irão virar fumaça.
São apresentados dois cenários que dependem da capacidade das empresas mudarem a sua produção e da velocidade do crescimento da rede de carregamento dos veículos elétricos. O primeiro cenário, em que a metade dos empregos é eliminada, estima-se que os carros elétricos sejam mais baratos mil euros que os correspondentes com motor a combustão interna, aumentando a procura destes veículos de forma muito clara.
O outro cenário aponta para um desenvolvimento conjunto da indústria, ou seja, se fornecedores e empresas da cadeia caminharem para o mesmo objetivo, será possível perder apenas 7% dos postos de trabalho, podendo até ser menos, se a diferença entre os preço dos veículos elétricos e à combustão interna for muito alta e a procura pelos VE’s ficar abaixo dos 50% de aumento anual. Nesse cenário, não mais de 2% das vagas seriam perdidas até 2030.
Apesar de o estudo ser realizado na Alemanha, no coração da indústria automobilística germânica, ele pode servir de base para o mundo todo. Outros estudos indicam que haverá excesso de produção de veículos elétricos. Se a eletrificação conseguir, até 2030, oferecer uma boa infraestrutura de carregamento e preços abaixo dos modelos de combustão interna, as perdas de postos de trabalho na indústria automobilística serão violentas. Caso se consiga um equilíbrio e haja tempo para completar a mudança para uma nova forma de mobilidade, essa destruição de empregos será menor. A certeza que fica é que vagas serão perdidas. Resta saber quantas.
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