30 de outubro de 2024

Repensar cidades, o desafio das próximas décadas

A população urbana vem crescendo a uma taxa exponencial. Atualmente, mais de 84% dos brasileiros vivem em áreas urbanas e estima-se que a população urbana mundial ultrapassará 6 bilhões de pessoas em 2045. A principal razão para o aumento da população urbana é a migração de áreas rurais ou semi urbanas para áreas urbanas. E repensar cidades, e torna-las sustentáveis, pode ser a chave para o futuro.

Cidades são o epicentro do desenvolvimento e do crescimento econômico. No entanto, cada cidade tem um limite para o número de pessoas que pode acomodar adequadamente. Além desse limite, as cidades não conseguem atingir seu potencial ideal. Além do crescimento econômico prejudicado, a superpopulação nas cidades leva a uma pressão adicional sobre a infraestrutura atual, degradação de recursos, poluição e crime. Quase todas as grandes cidades brasileiras estão sofrendo com esses problemas mencionados e a superlotação nas cidades neutraliza todos os esforços, públicos ou privados, para resolvê-los.

Para enfrentar esta questão, repensar cidades passa por desenvolver destinos alternativos onde as pessoas possam encontrar facilidades e oportunidades semelhantes às das grandes cidades. Esses destinos não apenas ajudarão a conter a migração de cidades menores e áreas rurais para as grandes cidades, mas também poderão facilitar a migração reversa das grandes cidades e aliviar seu fardo. 

Não é uma tarefa simples. Vários agentes precisam trabalhar juntos em vários níveis e  alguns princípios básicos se aplicam universalmente à criação de áreas populosas com sustentabilidade em mente.

Preservar o ambiente natural, as terras agrícolas e o patrimônio cultural

Repensar cidades, o desafio dos próximos anos

Preservar a ecologia é o princípio básico da sustentabilidade. Qualquer desenvolvimento que ameace causar danos permanentes ao meio ambiente deve ser interrompido. Ao desenvolver uma nova área urbana, os planejadores devem ter em mente que a conservação da ecologia, das terras agrárias e do patrimônio cultural é o pré-requisito para um assentamento urbano bem-sucedido.

Criar bairros de uso misto e renda mista

Um dos maiores erros que os planejadores urbanos costumam cometer é projetar cidades com quarteirões ou bairros segregados com base nos níveis de utilidade ou renda. Por exemplo, eles criam zonas separadas para mercados, escritórios e residências. Observa-se também que em muitas cidades pessoas de grupos de renda semelhantes vivem em determinados bairros. Devido a esse tipo de planejamento urbano, as pessoas precisam viajar com muito mais frequência e distâncias muito maiores para comprar suas necessidades e chegar aos seus locais de trabalho. Mais viagens significam mais veículos nas ruas, mais congestionamentos e, portanto, mais poluição. 

Considerando o caso de um bairro onde vivem apenas famílias de alta renda. Essas famílias precisam de pessoas como empregadas domésticas, motoristas, guardas, cozinheiros, etc., para cuidar de suas famílias. Como o bairro só tem famílias de alta renda, os mantenedores têm que se deslocar de lugares distantes para trabalhar para essas famílias. Isso significa mais tempo, energia e combustível desperdiçados para chegar ao trabalho. Repensar cidades também deve levar em conta o princípio da equidade e da interação social. Uma cidade para todos deveria ter bairros criados para populações de uso misto e renda mista.

Ruas caminháveis ​​e bairros em escala humana

Caminhar não é bom apenas para a saúde humana, mas também para a saúde de uma cidade. Os planejadores urbanos devem se concentrar no desenvolvimento de ruas que sejam fáceis e seguras para caminhar. Ruas destinadas apenas para caminhadas ou bicicletas, ruas com calçadas confortáveis ​​e ruas com plantas nas laterais para proporcionar sombra aos caminhantes são algumas das ideias que podem ser utilizadas para criar ruas amigáveis ​​para os pedestres. 

Outro fator importante para incentivar as pessoas a caminhar é limitar o tamanho dos bairros e quadras. Caso os bairros fiquem muito grandes, as pessoas são obrigadas a usar seus veículos particulares. Bairros menores também significam uma rede mais densa de vias e penetração de transporte público. Com bairros menores, as pessoas podem facilmente caminhar até o transporte público mais próximo e evitar veículos pessoais.

Transporte público ecológico e eficiente

O transporte público eficiente é um dos pilares fundamentais de uma cidade moderna e sustentável. Torna o transporte fácil, rápido e conveniente, reduzindo o número de veículos nas ruas. As emissões veiculares são uma das maiores fontes de poluição nas cidades. O transporte público eficiente pode ajudar a reduzi-lo significativamente. 

Se o transporte público puder ser ecologicamente correto, isso se tornaria a cereja do bolo. A maioria das cidades modernas adota uma abordagem multimodal para o transporte público. Confiabilidade e conveniência são dois dos fatores mais importantes responsáveis ​​pelo sucesso de qualquer transporte público. A conectividade perfeita entre diferentes modos de transporte torna o transporte público muito mais conveniente e confiável.

Estes são alguns dos muitos princípios que são essenciais para a curadoria de cidades sustentáveis ​​para o futuro. Os planejadores urbanos devem fazer esforços para descongestionar suas cidades superlotadas. Existe uma grande oportunidade para repensar cidades e planejar e desenvolver cidades sustentáveis ​​onde as pessoas possam encontrar todas as oportunidades e facilidades, tornando as metrópoles em cidades para todos que, além de promover equidade social, permitam induzir e aproveitar o potencial econômico da população.

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