A Renault interrompeu sua produção em várias plantas europeias para evitar a propagação de um ataque cibernético global que atingiu seus sistemas de computadores, disse um porta-voz da montadora.
“Medidas pró-ativas foram postas em prática, incluindo a suspensão temporária da atividade industrial em alguns locais”, acrescentou.
A fábrica da Renault em Sandouville, no noroeste da França, foi uma das fábricas que pararam a produção, disse o porta-voz que não forneceu uma lista completa dos locais afetados.
A montadora foi a primeira grande empresa francesa a confirmar que foi afetada pelo ataque cibernético ransomware que infectou dezenas de milhares de computadores em quase 100 países.
Enquanto isso, a produção da unidade de produção da Nissan, parceira da aliança Renault, em Sunderland, nordeste da Inglaterra, também foi vítima do mesmo ataque, disse um porta-voz da montadora japonesa.
“Tal como muitas organizações, a nossa fábrica no Reino Unido foi objeto de um ataque de ransomware que afetou alguns dos nossos sistemas na sexta-feira à noite (horário local). Nossas equipes estão trabalhando para resolver o problema “, disse o porta-voz.
Ele se recusou a confirmar os relatórios da mídia de que a produção na fábrica, que emprega 7.000 funcionários, havia sido interrompida.
A planta do Reino Unido é responsável pela produção do Nissan Qashqai, Juke, Infiniti Q30 e QX30.
Na sexta-feira, os cibercriminosos enganaram as sua vítimas na abertura de anexos maliciosos aos e-mails que pareciam conter faturas, ofertas de trabalho, avisos de segurança e outros arquivos legítimos.
O ciberataque
De acordo com o Financial Times, que citou analistas de segurança cibernética, os hackers usaram uma ferramenta conhecida como Eternal Blue, desenvolvida pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), bem como ransomware conhecido como WannaCry, levando a um dos ciberataques mais rápidos e potencialmente prejudiciais vistos até hoje.
O ransomware – um tipo de malware que sequestra o computador da vítima e cobra um valor em dinheiro pelo resgate –, criptografa dados em computadores e exige uma taxa normalmente paga em moeda digital não rastreável para desbloqueá-los.
A infecção é geralmente feita por e-mail, mas a versão mais recente do WannaCry permite que o malware se espalhe através de protocolos de compartilhamento de arquivos criados em redes internas de organizações, muitas das quais cruzam o mundo.
Os ataques também atingiram o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, a Telefônica na Espanha e a FedEx nos Estados Unidos.
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