A PepsiCo oficializou a compra de 18 caminhões movidos a gás da Scania do Brasil para compor a frota de distribuição de seus produtos no mercado nacional. O objetivo da gigante do setor de alimentos e bebidas é tornar sua cadeia logística mais sustentável, com veículos menos poluentes em sua frota, como parte da política global de sustentabilidade da empresa, que tem como meta reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos índices medidos em 2015.
Até agora, esta é a maior compra de veículos a gás feita por uma única empresa no país. Antes da compra, a Scania disponibilizou um caminhão a gás para testes em rotas da Pepsico de São Paulo e do Sul do país, onde há disponibilidade de infraestrutura para garantir o abastecimento de gás nos veículos.
Segundo Eduardo Sacchi, diretor de operações da PepsiCo do Brasil, os testes, feitos por mais de um mês, revelaram fatores que ajudaram a empresa a tomar a decisão de compra, como a redução de 15% na emissão de CO2, a redução em torno de 90% na emissão de óxido nitroso e a diminuição de 20% no nível de ruído dos veículos durante a operação. Além disso, os caminhões tiveram performance mais eficiente, com um consumo de combustível 20% menor. Isso mostra, diz ele, que a sustentabilidade não está atrelada a aumento de custo, mas, ao contrário, pode ser um meio para reduzir custos, com melhor produtividade.
“O veículo (de teste) foi colocado à prova nas mais severas condições que sua proposta de atuação promete. Ele atuou na operação real e pudemos, em parceria com a PepsiCo, analisar todas as informações geradas e benefícios práticos do produto”, explica Roberto Barral, vice-presidente de operações comerciais da Scania no Brasil.
Os 18 caminhões Scania – dez unidades do modelo G 340 4×2 e oito R 410 6×2 –, podem usar tanto o GNV (gás natural veicular) quanto o gás biometano, e serão entregues, de forma escalonada, a partir do dia 14 agosto para a PepsiCo do Brasil. A venda começou a ser desenhada em outubro passado, durante a Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas).
De acordo com Eduardo Sacchi, os 18 novos veículos a gás equivalem a 100% da renovação de frota da empresa para os anos de 2020 e 2021. A frota atual da PepsiCo é composta por 225 cavalos mecânicos, mais de 600 carretas, 2 mil veículos médios e mais de 1 mil veículos leves. Uma equipe da PepsiCo trabalhou em conjunto com a Scania para desenvolver essa iniciativa.
Assim como o caminhão de teste, todos os veículos serão identificados (adesivados) para divulgar uso do gás, como forma de propagar a iniciativa e incentivar outras empresas do mercado a fazer o mesmo para desenvolver ainda mais o conceito de frota sustentável. “Nosso desejo é inspirar o mercado para avançar na questão da sustentabilidade, também em outros países onde a PepsiCo atua”, diz Sacchi. A PepsiCo do Brasil é a sexta maior operação do grupo no mundo. “Estamos sendo
pioneiros com essa inciativa de veículos a gás natural e a ideia é liderar a agenda na América Latina e expandir para outros mercados”, complementa.
Caminhões Elétricos
As ações da PepsiCo para tornar a frota sustentável começaram em 2011, com o uso de biodiesel em veículos pesados. O ano de 2020 é para a empresa um marco como o de maior investimento em frota sustentável. Este ano, além dos caminhões a gás, a empresa também adquiriu dez caminhões elétricos de médio porte para rodar na distribuição de seus produtos na cidade de São Paulo, com zero emissão de poluentes, e a intenção é avançar com elétricos também na frota secundária. Há ainda, em testes, a aplicação de filme fotovoltaico no teto dos veículos para gerar energia para os periféricos do caminhão e aumentar a vida útil da bateria, o que representa menor descarte final de baterias. “Temos a aspiração de ser a frota mais sustentável do país”, afirma Sacchi. Ele acredita que com todas essas iniciativas, a redução nas emissões de CO2 até 2030 poderá superar a meta e chegar em 30%.
Roberto Barral destaca a importância do empenho da Scania não só em reduzir o nível de emissão de CO2 dos produtos da marca quando saem da fábrica, mas, também, o comprometimento em ajudar a reduzir essas emissões nas operações dos clientes.
Na avaliação de Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, a eletrificação é, sem dúvida, o futuro, mas ainda não é economicamente viável. Hoje, entre todos os combustíveis alternativos testados e em uso pela Scania no mundo, o gás veicular é a opção mais praticável para uso imediato no país, diz ele. “Não adianta ser sustentável e não ser economicamente viável. No Brasil, o biometano é viável economicamente”, afirma.
Atualmente, existem mais de 4 mil caminhões a gás circulando no mundo. No Brasil, a Scania já comercializou 23 unidades e fez mais de dez demonstrações em clientes com resultados que mostram que o veículo a gás é 7% mais econômico por quilômetro rodado do que um similar a diesel. Além disso, os testes comprovaram que o caminhão a GNV emite até 15% menos CO2 na atmosfera e alcança uma redução de até 90% na emissão de CO2 se for usado o biometano.
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