Logística on-demand, ioT, big data. O que era um exercício de futurologia há menos de um ano, hoje se escancara e, literalmente, bate à nossa porta.
Já imaginou fazer suas compras on-line no supermercado e, além de entregar em casa, encontrar todos os produtos organizados no armário e na geladeira?
Essa realidade já existe na Suécia e foi um dos cases apresentados pelo presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Mauricio Salvador, na palestra sobre o futuro da logística no e-commerce. O tema foi debatido durante o Digitalize-me, na Ilha do Conhecimento da Movimat – Salão Internacional da Logística Integrada, que ocorre até quinta-feira, dia 19, no São Paulo Expo.
Mais próximo da realidade brasileira, Salvador apresentou os Parcel Shops, que são pontos de retirada de mercadoria. Comprar pela internet e retirar numa loja física não é nenhuma novidade, no entanto, a novidade está em comprar uma camisa e poder retirar numa loja de ferramentas, por exemplo.
“Se a pessoa não está em casa no momento da entrega, ela indica um comércio próximo, que pode ser um posto de combustível, uma farmácia ou padaria para que, posteriormente, possa retirar sua encomenda. Temos uma transportadora que, a partir de novembro, vai começar a oferecer este serviço no Brasil”, revelou.
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O especialista em comércio digital também falou sobre economia colaborativa, em que as pessoas compartilham seu tempo, rotas, produtos ou espaços ociosos com outros consumidores. “Você vai de carro da Zona Sul para o Centro? Por que não levar um pacote e entregar no caminho? O Uber Freight (Uber Frete), por exemplo, foi lançado para transportar cargas no espaço ocioso dos caminhões”, explicou.
Outra novidade no mundo logístico que em breve poderá ser encontrada por aqui são os lockers, armários automatizados conectados à internet, localizados em pontos de alto fluxo, como estações de trem, metrô, shoppings ou universidades, que podem guardar pacotes por alguns dias.
“O comprador indica um lugar mais fácil para ele retirar a mercadoria, que seja um local de passagem para ele, por exemplo. O acesso é por meio de aplicativo de celular e senha, que libera o armário onde está a encomenda”, explica o presidente da ABComm.
Alguns países da Europa já disponibilizam a versão dos lockers refrigerados, que funcionam exatamente da mesma forma, mas servem para a compra de produtos como lácteos e hortifrutis.
Imagine estacionar o carro de manhã para trabalhar, entrar no escritório e quando sair no final da tarde, o produto comprado no dia anterior estar guardado dentro do porta malas do seu carro?
Na Alemanha, a Mercedes Benz, em parceria com a DHL, está produzindo carros cujo porta-malas podem ser abertos pelos entregadores. Além de entregar no local indicado, eles acondicionam os itens no carro do cliente.
Outra tecnologia apresentada foram os veículos autômomos. Nos Estados Unidos, uma parceria entre o grupo Otto, a Uber e a Budweiser já viabiliza o uso de caminhões sem motoristas para fazer entrega de cerveja.
De acordo com o presidente da ABComm, algumas das tendências e novidades chegarão no Brasil somente daqui alguns anos, outras vão demorar décadas ou talvez nunca cheguem.
“O frete é caro por conta da infraestrutura ruim, da insegurança nas ruas, dos buracos, dos roubos de cargas e do alto custo do combustível. Estes são só alguns exemplos que não nos deixam evoluir na logística no e-commerce”, ressaltou.
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