4 de dezembro de 2024

“O distanciamento social exige disciplina”, diz executivo da VWCO

Adilson Dezoto

O distanciamento social imposto pela Covi-19 exigiu adaptações e restringiu a maneira como muitos profissionais estavam acostumados a trabalhar. Mas, além de limitações, a mudança para o home office trouxe também oportunidades que podem, e devem ser aproveitadas, como ressalta Adilson Dezoto, vice-presidente de produção e logística e membro do board da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO).

Dezoto costumava ter uma agenda extensa de viagens e se desdobrava entre a fábrica da VW em Resende (RJ) e o escritório central da montadora, em São Paulo. Agora, devido à pandemia, está trabalhando em home office, como medida de prevenção e para reduzir o adensamento na empresa. “Tenho trabalhado de casa, com idas eventuais à planta. É importante que se entenda que não é apenas a mudança do trabalho para home office. É a mudança para home office dentro de um momento de quarentena, o que traz limitações e algumas oportunidades”, relata o executivo.

“O isolamento social exige bastante disciplina. Não é só o contato, é a prevenção. Mas prefiro usar a expressão distanciamento social a isolamento. Isso exige que trabalhemos em outras formas de manter o contato. Explorando mais o mundo virtual. Se não dá para sair para jantar com os amigos, podemos marcar um horário e fazer uma chamada de vídeo durante o jantar. Na gestão de pessoas, sem o contato físico, sem o olho no olho, o processo de gestão ganha importância. É importante combinar as entregas e a forma de controle do trabalho. Temos que ter em mente que o trabalho e suas responsabilidades continuam iguais. Apenas praticado em um local diferente. Também é um momento de se unir mais à família, de conversar mais, de estar mais próximo”, assinala Adilson Dezoto.

Ele acredita que a gestão do tempo é chave para manter a produtividade e acrescenta que é primordial estabelecer uma rotina. “Tenho mantido meu horário normal de quando estava no escritório. Separei uma área na casa, onde posso trabalhar sem importunar e sem ser importunado. Isso garante a qualidade do trabalho e a eficiência. Como não preciso mais me deslocar, “ganho” mais de uma hora por dia. Além disso, almoçar e tomar café com Míriam, minha esposa, é outro ponto positivo”, relata o executivo cujos filhos, já adultos, não moram mais com ele.

Em uma situação regular, fora do distanciamento social, Dezoto gosta de estar com amigos, de fazer caminhadas ao ar livre e também de cozinhar. “As caminhadas ao ar livre são parte da minha vida há bastante tempo. Já fiz alguns percursos bem longos. A culinária é algo que incorporei há uns dez anos. Jogar cartas também é uma diversão da vida inteira”, conta. Mas, nesta época de pandemia, seu tempo livre é utilizado vendo filmes na TV, jogando cartas e em caminhadas dentro do condomínio onde mora, na cidade de Resende. Ele começa o dia com uma rotina de alongamento e de pequenos exercícios que consegue fazer em casa, com elásticos, pesos etc. “Isso é importante para manter a forma e a saúde”, alerta.

Adilson Dezoto, que trabalha na VWCO desde 1998 e ocupou diversas funções executivas na montadora, diz que, neste momento, o conselho mais importante para as pessoas manterem a saúde mental é não perder a esperança. “É preciso tomar cuidado para não ficar se “enchendo” de notícias negativas. E, estando em casa todo dia e o dia todo, e isso não era o normal antes da quarentena, é preciso combinar com a esposa, o marido, os filhos, o que se espera de cada um no convívio comum, para não ter estresse. Quem faz o quê, onde cada um ajuda. Ou seja, estabelecer uma nova rotina para estes tempos. Separe o tempo de trabalho e … trabalhe. Não deixe para amanhã. Procure ser criativo e veja como pode agregar valor para sua empresa, de dentro do seu “novo escritório”. E tenha os seus momentos de relaxamento. Sem pensar no coronavirus, sem ouvir sobre novos casos, só fazendo algo que goste”, recomenda.

A coluna “Você na Quarentena” está sendo publicada semanalmente e é o resultado de uma série de entrevistas feitas com executivos de empresas de toda a cadeia de suprimentos da indústria de caminhões e ônibus, desde as grandes montadoras até fabricantes de peças e componentes, transportadores e operadores logísticos, sobre como cada um está superando o período de quarentena decorrente da Covid-19. 

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