Um novo capítulo começa a ser escrito na história da indústria brasileira com o Rota 2030, regime industrial em desenvolvimento para o setor automotivo, que deve suceder o Inovar-Auto. A promessa é atender a demanda da indústria por maior previsibilidade, com pacote de medidas que deve incluir três ciclos de desenvolvimento até 2030.
Hoje estão em discussão os pilares que darão corpo à nova política. Um deles envolve a reestruturação da cadeia de autopeças para recuperação da capacidade de investimento. Discute-se também a necessidade de apoio a pequenas e médias empresas para acesso ao mercado, uma vez que devem apresentar elevada robustez como as montadoras.
Outro pilar do programa aborda pesquisa e desenvolvimento e engenharia a partir de tendências, como conectividade e manufatura avançada. Assim, pretende-se estimular o desenvolvimento local da Indústria 4.0, que deve elevar a eficiência das fábricas. Entre os ganhos estarão a rastreabilidade e o monitoramento remoto de processos.
As metas de eficiência energética devem avançar no Rota 2030. As empresas poderão seguir com os investimentos dos últimos anos, mas também deverão considerar as novas tecnologias de motorização, como carros autônomos, além de combustíveis alternativos, como o biocombustível, que precisará ser estudado com maior profundidade. Por outro lado, a questão do controle de emissões também deverá ser contemplada.
Segurança veicular ao longo do ciclo de vida do produto é outro foco do novo regime. A preocupação é garantir tanto a integridade física de usuários, quanto segurança de pedestres e demais motoristas diante de imprevistos no trânsito, sobretudo com veículos altamente automatizados. A segurança começa a ser vista como diferencial de mercado.
Também faz parte dos debates a produção em baixos volumes, que envolve veículos premium e sistemas estratégicos, cuja distribuição deverá passar por ajustes. Diante de mesma cobrança por qualidade a empresas de baixo ou grande volume, montadoras devem redobrar a atenção tanto para fabricação, quanto para formação de parcerias.
A estruturação de custos para integração competitiva também está em pauta. O atendimento às novas metas deverá ser feito de modo robusto para alcance de eficiência, mas ao mesmo tempo de modo extremamente competitivo em relação a custos para que o Brasil possa avançar como polo global de desenvolvimento e produção de veículos.
Estes são alguns desafios em debate para o desenvolvimento industrial do País em longo prazo, que também serão discutidos, a partir das principais tendências de mobilidade, durante o 5º Fórum IQA da Qualidade Automotiva, que reunirá lideranças da indústria e do governo dia 9 de outubro, no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo.
*Ingo Pelikan é presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva
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