A segunda fase do programa federal Rota 2030 vai focar em tecnologias de descarbonização que estão em estágios iniciais de desenvolvimento, afirmou a diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta e Média Complexidade Tecnológica do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Margarete Gandini.
“Estamos desenhando o segundo ciclo do Rota 2030, que vem pesando bastante em descarbonização, economia circular, e privilegiando as tecnologias que têm o menor nível de maturidade tecnológica da manufatura”, disse.
Gandini comentou que a produção de eletrificados será intensificada com as novas regras da política automotiva e a retomada dos grupos de trabalho para o relançamento do Plano Nacional de Eletromobilidade.
“A ideia agora é intensificar a produção nacional de eletrificados, já temos algumas iniciativas em curso”, ressaltou.
De acordo com o MDIC, a segunda etapa do Rota 2030 tem lançamento previsto para agosto deste ano.
Também foi lançada a Frente Parlamentar Mista da Eletromobilidade. O grupo será liderado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos/AL) e debaterá políticas públicas e ações de incentivo à eletromobilidade no país. Até o momento, a frente conta com a adesão de 24 senadores e 10 deputados federais.
Rota 2030 e as células a hidrogênio para caminhões
Lançado em 2018, o programa tem como objetivo estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor de transportes e incentivar alternativas limpas de propulsão em veículos.
A diretora adiantou que o ministério está se aprofundando em estudos sobre células a hidrogênio para mobilidade, especialmente para uso em veículos pesados e de longas distâncias.
“É um mercado promissor quando se fala em veículos pesados e estradeiros”, comentou.
O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, já havia adiantado que a pasta não priorizará uma única rota tecnológica de descarbonização no programa federal.
Segundo Moreira, a intenção do governo é otimizar uma política industrial visando uma maior inserção no mercado internacional.
“Não queremos ficar presos ao mercado interno. Nós queremos promover e desenvolver rotas tecnológicas que possibilitem uma maior inserção internacional com o objetivo de melhorar a qualidade da pauta exportadora brasileira”, explicou.
Combustível do Futuro
O governo também espera encaminhar em breve ao Congresso o PL do Combustível do Futuro. A proposta vai estabelecer marco para mobilidade sustentável através da promoção dos biocombustíveis e da eletrificação.
A medida tem como intuito combater as emissões de carbono provenientes dos transportes e integra políticas públicas, como o RenovaBio e o próprio Rota 2030, para alcançar esse objetivo.
Segundo o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, a iniciativa Combustível do Futuro, que está em fase final de aprimoramento pela Casa Civil, será “o maior programa de descarbonização do mundo”.
Fonte: Agência epbr