Entre as tendências vindas da transformação digital nas empresas, as tecnologias de computação cognitivas ganham cada vez mais força no mercado. Essas plataformas combinam Inteligência Artificial, processamento de linguagem, visão e interação humana com o objetivo de trazer mais assertividade e rapidez na tomada de decisão.
Esse conceito foi amplamente abordado na edição 2017 do CeBIT, maior evento de serviços digitais e TI do mundo, do qual tive a oportunidade de participar recentemente na cidade de Hannover, na Alemanha. Além das soluções cognitivas, a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas (IoT) também foram protagonistas. Não é de se estranhar que esses temas tenham pautado uma das maiores feiras sobre tecnologia, afinal o investimento em soluções cognitivas e de Inteligência Artificial podem atingir até US$ 12,5 bilhões ainda em 2017, segundo um levantamento da consultoria IDC (International Data Corporation).
Aplicações atuais com resultados inovadores
Engana-se quem pensa que essas tecnologias estão restritas a empresas de determinado porte ou segmento. Um exemplo recente da aplicação desses conceitos foi a entrega de cerca de 50 mil garrafas da cerveja por um veículo autônomo que percorreu um trajeto de mais de 150 quilômetros na Califórnia, Estados Unidos. A ideia surgiu da parceria da Budweiser, uma das principais marcas de cerveja do mundo, e da Otto, startup de caminhões autônomos que foi adquirida pela Uber em agosto de 2016.
Outro resultado inédito foi o avanço na detecção da retinopatia diabética com Deep Learning e Inteligência Artificial pela IBM. A doença, que é uma das principais causas de cegueira no mundo e afeta quase um terço dos diabéticos, quando identificada precocemente e com o devido tratamento pode reduzir em 95% o risco de cegueira. A tecnologia da IBM consegue identificar lesões e outros sinais com base em mais de 35 mil imagens oculares, podendo avaliar a presença e gravidade da doença.
Unindo tendências para garantir diferencial competitivo
Conforme os serviços e produtos evoluem, as organizações começam a deixar para trás modelos que analisavam acontecimentos passados e adotam tecnologias que não apenas podem prever futuras situações, mas também indicar as melhores soluções para cada cenário possível. Esse tipo de tecnologia, chamada de prescritiva, quando alinhada ao constante aprendizado das soluções cognitivas confere maior controle e assertividade em decisões estratégicas.
Apesar de serem tecnologias que ainda estão em fases iniciais, já apresentam grande impacto nas mais diversas áreas, como transporte, saúde e educação. Sendo assim, não é exagero afirmar que, em pouco tempo, a tecnologia prescritiva e a cognitiva irão modificar positiva e radicalmente a forma de gerir projetos e negócios.
*Lauro Freire é diretor e sócio co-fundador da BgmRodotec, empresa do segmento de software de gestão para empresas de transporte, e participou do CeBIT 2017 verificando as principais tendências e novidades tecnológicas do evento.
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