A Nissan apresentou seu protótipo – um utilitário NV200 – que abastecido 100% com etanol, pode carregar uma bateria de 24kWh. O veículo tem capacidade para 700 quilos de carga e uma autonomia de mais de 600 km. A célula de combustível funciona com etanol ou água misturada ao etanol. Após o processo de conversão em energia elétrica, as emissões são apenas de carbono-neutro, não nocivos a atmosfera.
A montadora japonesa escolheu o Brasil, por ser um dos principais produtores mundiais de etanol e ter uma infraestrutura consolidada para o abastecimento com o combustível vegetal, para iniciar os testes com a nova tecnologia.
Anunciada em junho do ano passado no Japão, o sistema “E-Bio Fuel Cell System” é um ciclo neutro de carbono que emite gás limpo na atmosfera com autonomia similar à de carros com motor a gasolina e que dispensa carregamento em um posto de recarga.
A célula de combustível conta com um gerador de potência movido por meio de uma SOFC (Solid Oxide Fuel Cell), que se utiliza da reação de diversos combustíveis com oxigênio, incluindo etanol e gás natural, para produzir eletricidade.
“Esta tecnologia utiliza um combustível líquido fácil de manusear que produz eletricidade carregando a bateria para alimentar o motor elétrico. O hidrogênio é produzido a partir de etanol e água por meio da reação principal e a eletricidade é gerada pela reação do hidrogênio com oxigênio do ar”, afirmou Ricardo Abe, gerente de produto da Nissan, durante apresentação feita na 3ª edição do Seminário de Propulsões Alternativas, promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), em São Caetano do Sul (SP).
O equipamento tem funcionamento similar a uma bateria, que gera energia elétrica com hidrogênio e oxigênio. No caso do protótipo do veículo apresentado, a máquina quebra as moléculas de um hidrocarboneto, o etanol, e utiliza o hidrogênio e oxigênio liberados na reação química para gerar eletricidade.
Parte do “Nissan Intelligent Power”, a célula de combustível e-Bio é mais uma tecnologia que vai ajudar a diversificar as opções de extração de energia. Ela vai complementar a propulsão 100% elétrica, junto com o e-Power, que utiliza a gasolina, entre outros combustíveis, para gerar eletricidade, se adaptando às necessidades de cada mercado.
O uso de combustíveis alternativos vem sendo cada vez mais procurado para combater as emissões de poluentes em todo o planeta. No Brasil, com o fim do Inovar-Auto, este ano, e a formalização do programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística, as propulsões alternativas tendem a ganhar papel preponderante no setor automotivo brasileiro.
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