Pensar em mobilidade urbana nas cidades requer ir além do planejamento, demanda uma série de mudanças de paradigmas: investimentos em transporte público com qualidade e capilaridade, de maneira a contar com veículos que utilizem combustíveis não fósseis; diminuir o espaço dos carros nos grandes centros urbanos; mudar o conceito da rua, tornando-a um espaço compatível com ciclovias e calçadas de qualidade; promover a mobilidade humana; utilizar a tecnologia a favor da mobilidade urbana e do cidadão.
Para debater estes temas, nos dias 04 e 05 de setembro, São Paulo sediará o Connected Smart Cities, mais importante evento de cidades inteligente do Brasil. Entre os eixos temáticos do fórum, a Mobilidade será um dos destaques e contará com uma programação voltada para investimentos, inovações e soluções para o desenvolvimento da Mobilidade e Acessibilidade nas cidades.
Nos dois dias de debates sobre o desenvolvimento de uma cidade mais humana, conectada e inteligente, mais de 300 palestrantes se apresentarão em 90 painéis, por meio de 9 palcos simultâneos. O Connected Smart Cities 2018 reunirá mais de duas mil pessoas e contempla os eixos temáticos: Economia, Educação, Empreendedorismo, Energia, Governança, Meio Ambiente, Mobilidade, Saúde, Segurança, Tecnologia e Inovação e Urbanismo.
Transporte de passageiros
Palestrante do painel Sistemas de transporte inteligentes: segurança, gestão de tráfego e redução do congestionamento nas cidades, o presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho, cita que o transporte público coletivo urbano é fator fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País. “Portanto, investir na melhoria do serviço significa mais qualidade de vida e aumento da produtividade de todos os setores econômicos instalados nas áreas urbanas.”
De acordo com o executivo, na comparação entre 2017/2016 houve queda de 9,5% no número de passageiros transportados e, em 20 anos, o setor já perdeu 35,6% de demanda. “O maior desafio da atualidade é tornar o transporte público urbano atrativo e acessível para toda a população, de modo a recuperar a demanda de passageiros perdida. Reverter esse quadro depende da retomada dos investimentos federais na infraestrutura urbana destinada aos transportes públicos, permitindo a redução do tempo de viagem e do custo do serviço, com aumento da qualidade e atratividade do serviço”, disse.
A diretora executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), Clarisse Cunha Linke, palestrará no painel “Mudança da realidade urbana para a mobilidade: como otimizar a utilização do espaço público e tornar o transporte mais eficiente para as pessoas”. A executiva cita que o transporte eficiente não será resolvido com tecnologia e veículos autônomos e que a mobilidade do futuro precisa focar em mais compartilhamento de veículos.
“O transporte público é compartilhado por excelência e contribui para a redução do número de veículos circulando. O principal desafio é o investimento feito há décadas nas cidades brasileiras, que prioriza o veículo individual motorizado. As cidades são construídas para os automóveis, em escala e velocidade e, portanto, sofrem com disputa de espaço, emissão de poluentes locais, gases de efeito estufa e congestionamentos. Destaco que a taxa de motorização mais do que dobrou na última década e precisamos inverter a pirâmide de nossas políticas públicas e de nossos investimentos para priorizar o transporte público, a infraestrutura para mobilidade a pé e de bicicleta”, comenta a diretora do ITDP.
Transporte de cargas
Para o Fundador da SCAMBO Consultoria, consultor do Banco Mundial e pesquisador da FGV, Paulo Fernandes de Oliveira, que palestrará no painel Políticas públicas de mobilidade urbana e transportes sustentáveis, o transporte de cargas é uma realidade para as cidades, suportando a oferta de bens e serviços dentro do espaço urbano.
“Em minha apresentação, pretendo mostrar a importância da logística de carga para a economia e qualidade de vida nas cidades, assim como a urgência em incluir tal atividade nas discussões e planos de mobilidade. Por ser uma atividade essencialmente realizada por empresas privadas, vem sendo deixada de lado nos momentos de revisão ou construção de planos diretores e de mobilidade, realidade que tem que ser mudada para garantir cidades melhores para se viver. Enquanto o transporte público de massa pode garantir deslocamentos de menor custo e em menor tempo, uma logística urbana de carga eficiente garante disponibilidade de produtos e serviços a um custo razoável, impactando consideravelmente a qualidade de vida nas cidades”, completa.
Serviço
Connected Smart Cities
Data: 04 e 05 de setembro de 2018
Horário: 08h30 (Credenciamento)
Local: Centro de Convenções Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, Consolação, São Paulo/SP
Mais Informações: connectedsmartcities.com.br
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