Com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, aliada a uma forte alta do dólar, o setor de veículos importados viu suas vendas despencarem 64,1% em abril em comparação ao mês de março e 74,6% quando comparadas com abril de 2019.
“Como já era esperado, com o mês completo sob impacto da pandemia e da valorização do dólar em 37% no ano, fechamos abril com quedas drásticas tanto em unidades importadas como nacionais. O cenário de nosso setor, nos últimos dois meses, nos mostra que corremos sério risco de desestruturação total da rede de concessionárias. Por isso, no último dia 17 de abril, protocolamos junto à Secretaria Geral de Presidência da República ofício por meio do qual solicitamos medidas emergenciais em favor do setor, que teme paralisação total de suas atividades de comercialização de veículos novos e usados, de autopeças e também de prestação de serviços de pós-vendas, nos próximos meses, caso não vislumbre interferência imediata do Governo Federal”, declara João Henrique Oliveira, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).
As medidas emergenciais, pedidas pela entidade, são a redução da alíquota do imposto de importação, atualmente de 35% para 20% e redução também do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidente sobre os veículos automotores importados, a fim de estimular o consumo, observando o princípio da isonomia, de forma que as alíquotas aplicáveis sejam as mesmas estabelecidas para os veículos de produção nacional.
Além disso, a entidade solicita disponibilidade, de forma rápida e acessível, de linha de crédito para o capital de giro, junto ao BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, das empresas importadoras, seus fornecedores de autopeças e suas redes de concessionárias e a suspensão, de no mínimo 120 dias, dos prazos de pagamentos de todos os tributos federais administrados pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
Na avaliação de João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa, “as 15 marcas associadas à entidade são responsáveis por uma rede de concessionárias com 450 pontos de atendimento em todo o País, com geração de empregos da ordem de 17,5 mil postos de trabalho. Trata-se de um setor responsável pela complementariedade de produtos, pelo balizamento de preços de veículos automotores em relação aos demais mercados internacionais e por trazer ao País as principais tecnologias veiculares. Por esse princípio, o setor não pode desaparecer. Precisamos dessas medidas emergenciais. Com exceção da redução da alíquota do imposto de importação, que deve chegar a 20%, o equivalente à TEC – Tarifa Externa Comum do Mercosul, as demais medidas seriam por tempo determinado e isonômicas aos produtos aqui fabricados”.
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