10 de novembro de 2024

Com caminhão à frente, indústria automobilística puxa a recuperação econômica

recuperação econômica

Apesar da continua instabilidade política, a indústria automobilística respira muito mais aliviada. Os indicadores do setor divulgados nesta quinta (5.03) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam recuperação contínua.

Exportações recordes e mercado interno com vendas diárias em torno de 10 mil unidades fizeram com que a produção crescesse 14,6% no primeiro trimestre, um excelente resultado mesmo diante da fraca base de comparação do mesmo período do ano passado.

A melhor notícia vem do setor de caminhões. Mesmo ainda muito distantes dos maiores registros históricos, as vendas subiram 50,4% no primeiro trimestre, passando de 9,7 mil unidades vendidas no mesmo período do ano passado para 14,5 mil este ano.

“Com este ritmo de venda deveremos atingir ou mesmo ultrapassar os 25% de crescimento previsto para este ano”, afirmou Luiz Carlos, diretor de Relações Institucionais da Mercedes-Benz. “Os telefones não param de tocar (no departamento de vendas).”

“O setor de caminhões nós dá mais ânimo porque sabemos que crescimento nas vendas de veículos de transporte indicam melhor desempenho do Produto Interno Bruto (PIB)”, afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

Em números gerais, no primeiros três meses de 2018, foram produzidos 700 mil veículos – somando carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. O melhor trimestre de produção foi registrado em 2013, com 862 mil unidades. “Com exportações fortes e vendas internas em recuperação, estamos a caminho de retomar os melhores níveis da indústria”, reforçou Megale.

No primeiro trimestre, o mercado interno absorveu 546 mil unidades – alta de 15,6% ante aos 472 mil veículos comercializados no mesmo período de 2017. Para a Anfavea, este ritmo tende a não se persistir durante o ano, já que os três trimestres seguintes do ano passado apresentaram melhor desempenho de vendas.

As exportações atingiram 180 mil unidades – recorde histórico, que significou alta de 3,3% sobre o primeiro trimestre do ano passado. Em valores, outro recorde: US$ 4 bilhões, alta de 22,3% ante a igual período de 2017.

De acordo com Megale, o ótimo desempenho financeiro se deve a exportações de veículos com maior tecnologia embarcada, principalmente, máquinas agrícolas sofisticadas para atender diversos mercados, como o dos Estados Unidos.

O melhor desempenho no primeiro trimestre também refletiu levemente no índice emprego. Em empregos diretos, as montadoras somam 131,2 mil postos de trabalho em março – alta de 0,6% sobre fevereiro. Ainda assim persistem trabalhadores em programas de proteção do emprego, como o lay off.

Apesar do otimismo, a indústria ainda trabalha com 40% de ociosidade – 37% em veículos de passeio e 70% na produção de caminhões. Maior disponibilidade de crédito bancário, retomada dos níveis de confiança do consumidor e crescimento do PIB podem fazer a indústria retomar um nível maior em suas fábricas.

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