A tecnologia C-V2X, que estará por trás dos veículos autônomos e conectados e as smart cities, só irá ganhar impulso com a implantação da internet 5G. Com ela, os “objetos conectados” ganharão uma dimensão e um leque de possibilidades dignas de ficção científica.
O fato é que existe uma corrida pela supremacia da tecnologia e uma guerra não declarada entre os players do setor.
Um destes agentes é simplesmente a Huawei, uma gigante chinesa que emprega 180 mil pessoas. Com um papel dominante na indústria de telecomunicações e telefonia, recentemente passou a Apple e se tornou a segunda maior fabricante de smartphones do mundo, atrás apenas da Samsung.
A implementação da internet 5G no mundo está prevista para ser iniciada em 2020 e o país que controlar a 5G terá em suas mãos um sistema poderoso e poderá construir um novo GAFA (Google, Apple, Facebook e Amazon). Lembrando que estas empresas se tornaram gigantes por que os Estados Unidos controlaram, antes dos demais países, a tecnologia 4G.
Como se pode ver, é uma guerra que se trava sobre a supremacia de uma tecnologia de ponta, um tema que preocupa não apenas os Estados Unidos, e a Huawei está na liderança para a implementação da internet 5G no mundo.
Atualmente, a empresa vende seus produtos para 45 dos 50 maiores operadores mundiais. O grupo, que começou sua internacionalização no continente africano, conquistou aos poucos os mercados asiáticos antes de chegar à Europa e aos Estados Unidos.
Como na guerra e no amor vale tudo, os Estados Unidos cogitam uma preocupante, porém suposta, proximidade da Huawei com o governo chinês.
O fundador da empresa, Ren Zhengfei, é ex-engenheiro do exército chinês, o que alimentou os rumores sobre sua potencial ligação com o regime. Além disso, uma lei em vigência desde 2017 na China exige que todas as empresas do país cooperem com os serviços de Inteligência.
O gigante das telecomunicações encarna, aos olhos dos norte-americanos, uma ameaça chinesa à supremacia dos Estados Unidos. Mas a ação da Huawei também suscita preocupação em diversos países ocidentais.
Nesse contexto os governos de vários países se mostraram preocupados com o risco de que a internet 5G desenvolvida pela Huawei permita ao regime de Pequim espionar o conteúdo de comunicações feitas fora de seu território, algo possível tecnicamente. A empresa desmente qualquer risco de espionagem de sua parte. Mesmo assim, além dos Estados Unidos, Austrália, Polônia, República Checa, Nova Zelândia, Reino Unido e Alemanha já se distanciaram da Huawei. O Japão também estaria cogitando se afastar do gigante chinês.
A China afirma que as acusações não têm fundamento. O governo chinês denuncia o que qualifica de “manipulação política” de Washington. “Os Estados Unidos utilizam o poder do Estado para tirar a credibilidade e atacar algumas empresas chinesas em uma tentativa de atrapalhar suas operações, que são legítimas e legais”, declarou por meio de um comunicado Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
A 5G
A 5G é um novo tipo de rede: uma plataforma para inovações que não apenas aprimora os serviços de banda larga móvel de hoje, mas também expandirá as redes móveis para suportar uma grande diversidade de dispositivos e serviços e conectar novos setores com melhor desempenho eficiência e custo. A 5G redefinirá uma ampla gama de indústrias com serviços conectados do varejo à educação, transporte para entretenimento e tudo mais.
Estudo realizado pela Qualcomm revelou que o efeito econômico total desta tecnologia será realizado em todo o mundo até 2035, apoiando uma ampla gama de indústrias e potencialmente produzindo bens e serviços de até US $ 12 trilhões.
O estudo também revelou que a cadeia de valor 5G (OEMs, operadores, criadores de conteúdo, desenvolvedores de aplicativos e consumidores) poderia gerar até US $ 3,5 trilhões em receita agregada global até 2035 e suportar até 22 milhões de empregos, ou mais de um trabalho para cada pessoa em Pequim.
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