As vendas de automóveis 100% elétricos e híbridos cresceu 162,7% entre janeiro e maio deste ano, em comparação a igual período do ano passado. Foram licenciados 946 veículos elétricos nestes primeiros cinco meses de 2017, número já próximo ao total comercializado em todo o ano passado, de 1.091 unidades. A participação de mercado dos motores elétricos em automóveis e comerciais leves, entretanto, manteve-se em apenas 0,1%, frente a 3,2% de motores a gasolina, 7,9% a diesel e 88,7% de veículos flex.
“As empresas têm apostado no híbrido ou no elétrico e estamos observando que, gradualmente, elas estão colocando mais produtos no mercado. Os elétricos e híbridos ainda são caros porque o nível de tecnologia ainda é caro, mas está havendo um movimento do ponto de vista dos governos estaduais e municipais para criar algumas condições especiais para determinados segmentos de veículos, como táxis e frotas, e isto está refletindo nesse aumento de vendas”, justificou Antonio Megale, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), durante a divulgação dos resultados da indústria automotiva dos primeiros cinco meses do ano.
“Não podemos ficar fora da questão de eletrificação porque é uma tendência mundial, mas acho que ainda vai demorar muito para atingirmos níveis expressivos aqui no Brasil”, complementou.
As vendas de automóveis em geral apresentaram uma pequena alta nos primeiros cinco meses do ano, somando 824.491 novos veículos licenciados, aumento de 1,6% sobre os 811.743 vendidos de janeiro a maio de 2016. O mês de maio, isoladamente, mostrou um crescimento de 24,6% sobre abril, com 195.562 veículos licenciados, e uma alta de 16,8% sobre maio do ano passado.
Caminhões e ônibus
Apesar de mostrar certa recuperação no mês de maio, as vendas de caminhões continuaram em baixa no acumulado do ano. Foram licenciados no mês 4.105 veículos pesados, 18,3% mais unidades do que as registradas em abril (3.469) e 0,7% acima de maio do ano passado (4.076), mas o acumulado nos primeiros cinco meses somou 17.239 caminhões, nível 19,4% abaixo de igual período do ano passado. “A situação ainda é bastante dramática nesse segmento”, comentou Megale.
As vendas de ônibus seguiram performance semelhante, com números diferentes. Foram comercializados em maio 1.067 ônibus, volume 35,6% maior que o de abril (787) e 0,2% superior ao de maio do ano passado (1.065). Porém, os licenciamentos de ônibus de janeiro a maio somaram 3.643 carros, mostrando uma queda de 22,5% em comparação a igual período de 2016.
Segundo Luiz Carlos Gomes de Moraes, vice-presidente da Anfavea, o resultado do setor de caminhões reflete a melhora de ambiente de negócios em nichos específicos, como o do agronegócio, por exemplo, que foi aquecido pela safra recorde. “O ano começou com uma queda de 33%, foi reduzindo e agora está em 19%. O mercado ainda está baixo, mas temos observado inflação sobre controle, os juros caindo e isso ajuda o nosso setor. O PIB parou de cair e a questão das reformas (trabalhista e previdenciária) é fundamental para o investidor voltar a ter confiança para poder investir em caminhões e ônibus’, declarou.
Na indústria de ônibus, há a expectativa este ano de uma nova licitação para o segmento de ônibus escolares e a retomada do edital de licitação do transporte urbano de São Paulo.
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