O licenciamento de autoveículos no ano passado foi de 2,05 milhões de unidades, queda de 20,2% frente as 2,57 milhões de unidades vendidas em 2015. Somente em dezembro – o melhor mês do ano – foram negociadas 204,3 mil autoveículos, crescimento de 14,7% ante as 178,2 mil unidades de novembro e baixa de 10,3% se comparado com as 227,8 mil de dezembro de 2015. Foi o que revelou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no balanço final da indústria automobilística brasileira em 2016 apresentado no começo de janeiro.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, vários fatores contribuíram para este desempenho:
“O primeiro é a confiança em baixa, em razão da instabilidade política vivida pelo País, que fez investidores e consumidores adiarem suas decisões. O segundo é o acesso ao crédito, resultado da conjuntura socioeconômica, que tornou as instituições financeiras muito seletivas na hora da concessão. A consequência disso foi que a participação de vendas financiadas no total do licenciamento nos patamares mais baixos da série histórica.”
A produção em 2016 foi de 2,16 milhões de veículos – inferior em 11,2% ao se defrontar com os 2,43 milhões de unidades do ano anterior. Nas exportações o cenário foi de alta: 520,3 mil unidades foram negociadas com outros países, alta de 24,7% sobre as 417,3 mil unidades de 2015.
Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões em 2016 registraram 50,6 mil unidades, contração de 29,4% diante das 71,7 mil unidades do ano anterior. Na produção o ano fechou com baixa de 18,2% ao se comparar as 60,6 mil unidades com as 74,1 mil de 2015. As exportações em 2016, com 21,5 mil unidades, subiram 2,3% ante as 21 mil unidades negociadas em 2015.
No segmento de ônibus as vendas foram de 11,2 mil unidades, recuo de 33,5% frente às 16,8 mil de 2015. A produção ao longo de 2016 registrou 18,7 mil chassis para ônibus – baixa de 13% diante das 21,5 mil de 2015. Foram exportados 9,8 mil chassis para ônibus em 2016: elevação de 33,2% se comparados com as 7,3 mil unidades de 2015.
Em 2016 foram negociadas 42,8 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, queda de 4,8% sobre as 45 mil em 2015. A produção nos meses transcorridos de 2016 acumularam 53 mil unidades e ficou 4,1% abaixo do que o ano passado, com 55,3 mil unidades. As exportações no setor encerraram o ano com 9,5 mil unidades, o que significa diminuição de 5,7% frente as 10,1 mil de 2015.
Projeções para 2017
A Anfavea estima aumento de 4,0% no licenciamento de autoveículos em 2017: a expectativa é de comercializar 2,13 milhões de unidades. No caso das exportações, novo aumento é esperado: 7,2%, totalizando 558 mil unidades enviadas para outros países.
A previsão de produção é de 2,41 milhões de unidades, 11,9% acima do registrado em 2016. Na visão de Antonio Megale, presidente da Anfavea, existem diversas razões para acreditar em crescimento:
“A conjuntura macroeconômica indica fatos positivos, como aumento do PIB, inflação convergindo para o centro da meta, reduções contínuas da taxa básica de juros e estabilização do dólar. Além disso, a PEC do teto dos gastos já está aprovada, algumas medidas econômicas foram anunciadas, vivenciamos estabilização do ritmo de vendas e teremos uma base baixa de comparação. Ao juntar todos estes fatores, acreditamos em uma reação sequencial, que passa pela retomada da confiança tanto do consumidor quanto do investidor, reaquecimento do consumo e abertura gradual da concessão de crédito”.
A previsão da entidade para o setor de pesados (caminhões e ônibus) também é de crescimento das vendas em 6,4% sobre 2016. Com isso o segmento deverá encerrar o ano com 65,6 mil unidades vendidas. A projeção de exportações do segmento é de 34,4 mil unidades, elevação de 10,0%. Assim, a produção deverá ser de 100,0 mil, um aumento de 26,1%.
Para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, a projeção é de alta das vendas internas em 13,0% – serão 49,5 mil unidades em 2017. As exportações também serão 6% superiores: 10,2 mil unidades. E a fabricação de novos produtos será de 59,6 mil unidades este ano, alta de 10,7%.
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