A Modern Logistics deve receber, nos próximos meses, mais duas aeronaves Boeing 737 – a empresa já possui um avião desse modelo – para iniciar a operação de sua própria frota cargueira no mercado doméstico. Ontem (05/04) a empresa deu mais um passo nesse sentido ao receber da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o Certificado de Operador Aéreo (COA), que funciona como um atestado de que a empresa está apta a operar com segurança aviões cargueiros em rotas comerciais.
Segundo Adalberto Febeliano, vice-presidente da Modern, a expectativa é que até o final deste ano as três aeronaves já estejam operando, com foco no transporte de produtos de alto valor agregado, principalmente eletroeletrônicos e fármacos, nas rotas que servem o Norte e o Nordeste do país. Poderá transportar também cargas vivas, uma vez que a empresa já tem prontas as baias para animais de grande porte, um segmento de mercado que, na avaliação do executivo, não está sendo bem atendido atualmente.
O Boeing 737 tem capacidade para cerca de 20 toneladas de carga. Antes de serem adquiridos pela Modern, os dois novos aviões eram usados no transporte de passageiros e foram convertidos recentemente para a configuração de cargueiros. A empresa também estuda a aquisição de uma aeronave de menor porte, como um ATR, talvez no próximo ano, para atender a mercados menores, ainda que com maior frequência.
Para começar as atividades como uma empresa aérea falta à Modern assinar o contrato de concessão do direito de operar serviços aéreos regulares no país, o que deve demorar ainda cerca de um mês e meio.
Como operadora logística, a Modern já realiza transporte aéreo de cargas, para o qual tem parcerias com companhias aéreas para levar as mercadorias nos porões de aviões de passageiros. Atualmente cerca de 80% dos serviços da operadora concentram-se no modo rodoaéreo de transporte e 20% exclusivamente no rodoviário.
O executivo da Modern acredita que a demanda por cargas aéreas será estimulada com a integração da cadeia logística na plataforma multimodal da empresa. Mesmo considerando o valor mais elevado do transporte aéreo, o executivo afirma que o cliente ganha com a rapidez desse modal, que compensa outros custos como o de armazenagem, por exemplo.
“O transporte aéreo de carga doméstico é muito incipiente até agora porque usa apenas os porões das aeronaves de passageiros, muitas vezes não conseguindo garantir regularidade e nem a cobertura que as empresas precisam”, declara Febeliano. “Com clientes industriais escolhendo a plataforma integrada da Modern, garantiremos volumes que ajudam a criar uma malha aérea com voos regulares nas principais cidades brasileiras”, complementa.
“A aprovação da Anac, materializada no COA, coroa mais de dois anos de trabalho de um time incrível, que não só atendeu a todas as demandas da Anac como, principalmente, soube enfrentar com paciência e profissionalismo todas as exigências das autoridades governamentais envolvidas”, declara Gerald Blake Lee, CEO da Modern Logistics.
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